PLR e privilégios
Enquanto retira direitos dos trabalhadores, reduz gastos operacionais e investimentos, a empresa aumenta as despesas com gerentes, superintendentes e diretoria. De 2003 a março de 2013, o número de gerentes na empresa saltou de 135 para 267. No mesmo período a diferença entre os maiores e os menores salários passou de 18,12 para 21,05 vezes.
Conforme demonstrações financeiras da própria Cemig, de 2011 a 2012, os diretores, receberam em média, cada um, R$ 389 mil de PLR; ou seja, em dois anos a Cemig distribuiu R$ 4.281 milhões em PLR para os diretores da empresa.
A discrepância na Cemig fica mais evidente se comparar com outras empresas do setor. A Eletrobras distribuiu 72.579,00(1,7 honorário) de PLR em 2012, para cada um dos seis diretores da empresa. Ou seja, na Cemig a PLR foi três vezes maior; 209 mil reais para cada um dos seus 11 diretores.
Enrolação e privilégio
É bom lembrar que em 2012 a Cemig teve um lucro record de 4,3 bilhões de reais e que o último acordo da PLR venceu em março. Na contramão do anseio da sociedade de acabar com os privilégios, a diretoria da empresa sinaliza em aumentar a bocada da alta gerencia no recebimento dos lucros. Em abril, através do informativo Linha Viva 74 e 76, a Cemig indica que quer aprofundar os privilégios: fala em novo múltiplos e ameaça acabar com piso da PLR de R$16.000. Pelo jeito, o governo Anastasia/Alberto Pinto não ouviu as ruas. Pelo contrário, mais uma vez a opção da diretoria é privilegiar a turma da festa vip da Paula Fernandes.
Uma conquista histórica
O direito de receber a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) na Cemig só foi conquistado em 1995. Depois de muita mobilização e greve os eletricitários conseguiram vencer a resistência da Cemig, mas para isso foi necessário que alguns diretores do Sindieletro e eletricitários fizessem uma greve de fome que durou seis dias.
Desde a implantação da PLR, em 1996, a luta dos eletricitários passou a ser pela linearidade no pagamento da Participação nos Lucros e Resuoltados, mas a Cemig tem usado a conquista para privilegiar os altos salários e premiar os gerentes e superintendentes.
