PLR dos privilégios: Djalma diz que proposta dos trabalhadores não vale

Antes mesmo dos eletricitários debaterem a proposta empresarial da PLR, em assembleias, o presidente da Cemig, Djalma Morais, avisou que direção da empresa rejeita a proposta dos trabalhadores para a distribuição dos lucros e resultados.

A carta enviada ao Sindieletro pela direção da Cemig antecipa que a empresa não quer o diálogo e nem a negociação e que defende privilégios na PLR. Também sinaliza que se a categoria não lutar pelo que defende e merece, a empresa vai, novamente empurrar goela abaixo da categoria mais uma proposta indecente e injusta.

Os eletricitários estão com uma decisão a ser feita: rejeitar os privilégios e mobilizar pela igualdade na distribuição da PLR, ou entregar sua conquista de mãos beijadas. Não fazer nada e tocar a vida engasgados com as injustiças impostas pela direção da empresa, contando os dias, os meses e os anos para a aposentadoria.

Suor dos eletricitários

Nas assembleias e setoriais realizadas pelo Sindieletro, os trabalhadores confirmam que não dá mais para aceitar a farra que as chefias da Cemig fazem com a PLR, uma conquista dos trabalhadores, obtida com paralisação das atividades e greve de fome. Foram seis dias em que diretores sindicais passaram

fome e mais de 10 dias de greve dos eletricitários, em 1996, mas a direção da Cemig, espertamente, usou a nossa conquista para impor a lógica dos privilégios: quem trabalha mais e dá mais duro, ganha menos. Quem fica nas salas com ar condicionado, comandando, pressionando e perseguindo os eletricitários, ganha mais.

A proposta da categoria é contrária a essa lógica. Os eletricitários cobram a distribuição de R$ 30 mil, de forma linear, para todos os eletricitários e mais R$ 5 mil para cada trabalhador caso o DEC da empresa (tempo que o consumidor fica sem energia) fique dentro do limite máximo definido pela ANEEL.Mas, pela proposta indecente da Cemig, os superintendentes receberiam cerca de R$ 160 mil de PLR e o piso de R$ 16 mil nem está garantido.

O que está sendo proposto cria um racha entre a categoria e os gerentes, que vai acabar se refletindo na pesquisa de satisfação. Sem falar que nas reuniões com a Cemig, nem podem ser chamadas de mesa negocial. A empresa não dialoga, apenas tenta impor os privilégios para uma minoria.