PLR 2019: primeiras assembleias indicam aprovação



PLR 2019: primeiras assembleias indicam aprovação

A categoria eletricitária começou a semana deliberando sobre a proposta apresentada pela Cemig para a Participação nos Lucros e Resultados2019. As assembleias começaram na semana passada e terminam no próximo dia 30. No Anel Rodoviário, o secretário geral da CUT Minas e diretor do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, salientou que o processo de negociação com a Cemig esta sendo muito difícil e complicado, o que resultou na rejeição da proposta da PLR 2017, e o não pagamento do benefício para a maioria dos eletricitários.

Jairo lembrou que na época a Cemig queria que os trabalhadores assinassem um acordo desistindo das ações judiciais em andamento. De acordo com levantamento do Sindicato, existem cerca de 10 mil ações individuais contra a empresa. “A Cemig queria usar a PLR dos eletricitários para acabar com o passivo trabalhista”, disse.

Carlos Alberto Gomes de Oliveira, diretor do Sindieletro no Anel Rodoviário, destacou que a proposta da Cemig é muito ruim, mas são eletricitários que devem decidir. De acordo com ele, “a empresa chegou com uma proposta pronta com metas e indicadores desconhecidos e impossíveis de serem acompanhadas pelos eletricitários”.

Privatização na pauta

A privatização também foi tema de discussão na assembleia. O governador eleito, Romeu Zema,voltou a anunciar nesta semana que pretende privatizar a Cemig tão logo seja possível. Jairo destacou que a PEC 50, aprovada em 2001 depois de uma forte campanha do Sindieletro, dificulta a venda de empresas públicas de Minas Gerais, submetendo a Privatização à aprovação de três quintos da ALMG e a um referendo popular.

No entanto, destacou que não podemos ficar parados, “o novo governo vai jogar pesado para convencer a sociedade de que é necessário vender as empresas, por isso temos que levar o debate para a rua, mostrando à população que se estas empresas forem vendidas as tarifas aumentarão e a qualidade do serviço vai cair”, explicou.

Grande participação

Na tarde desta segunda-feira (26), a Sede contou com 245 eletricitários que compareceram à entrada do edifício Julio Soares para debater e ouvir sobre o momento atual das negociações. O diretor Vander Meira explicou a questão dos novos indicadores e o perigo em relação a eles: “Nós já chegamos a ter ano em que tínhamos mais de 600 indicadores. Era quase impossível que os trabalhadores acompanhassem o cumprimento das metas. De 2010 pra cá, o número reduziu para menos de 20. Mas apesar disso, são indicadores de pior acompanhamento”, explica.

O diretor também foi questionado por um trabalhador sobre o governador eleito, Romeu Zema, e os perigos da privatização que o membro do partido Novo promete para Cemig. Para exemplificar o problema, Meira falou sobre a atual situação da usina de Jaguara: “O reservatório da usina de Jaguara secou. Nós estamos em período de chuva e está seco. A empresa que ganhou Jaguara no leilão está se lixando para o reservatório de água e muito menos para a comunidade que depende dela, porque é ponto turístico da cidade. Privatização é isso”, disse.

Sobre um eventual governo Zema, Vander pontuou que ele propõe “melhorar o valor de mercado da empresa”. Em outras palavras, significa cortar os custos com os trabalhadores e os custos pós-emprego que a categoria conquistou, como o plano de saúde, o plano de previdência e seguro de vida.

O trabalhador José Maurício contribuiu para o debate apontando os erros da perspectiva ‘meritocrática’ que a Cemig tenta incutir aos cálculos da PLR: “Foi uma conquista a duras penas e ninguém mais do que os trabalhadores merecem isso. A primeira questão a ser tratada é a forma de distribuição, que deve ser linear. Qualquer coisa diferente disso é injusta. Ouve-se muito sobre meritocracia. Por meritocracia,vários que estão no comando desta casa não mereceriam receber nada de PLR. Foram coniventes com a falência dessa empresa”, disse.

Para arrematar os debates antes da votação, o diretor Jair Gomes relembrou a necessidade de refrear o imediatismo e integrar o coletivo sempre, não apenas nos momentos de ápice de crise. “Se nós não tomarmos consciência de cuidar dessa empresa, nós estaremos com mais problemas que imaginamos. Quem dera uma assembleia de Acordo Coletivo tivesse o número que tem aqui hoje participando”, finalizou.

 

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