Numa manobra que joga o Sindicato para escanteio e impõe decisão de cima para baixo, os gestores da Cemig no São Gabriel e Anel Rodoviário resolveram mudar o plantão dos eletricistas. Um dos idealizadores de tal proposta absurda é o gerente SM/MP, Humberto Donizete de Faria.
Hoje, a escala do plantão do São Gabriel e AR é de 5x3/5x3/5x4. Ou seja, a cada cinco dias trabalhados, os eletricistas descansam três e quatro dias. Isso permite manter o funcionamento ininterrupto do plantão, por 24 horas, todos os dias da semana, com jornadas de trabalho de oito horas, que vão de 6 horas às 14 horas, de 14 às 22 horas e das 22 às 6 horas.
Agora, a Cemig veio com a imposição de escala de 3x3/3x1/4x2/4x1 no plantão, com intervalo de uma hora para as refeições, reduzindo o período de descanso. Se esse sistema for adotado, os eletricistas terão que trabalhar de 6 às 15 horas e de 15 à zero hora. Não haverá equipes na madrugada e, assim, a população ficará com o serviço de energia mais vulnerável na madrugada.
Com a mudança, os trabalhadores terão também a sua jornada de trabalho ampliada em uma hora diária, para a inclusão do horário de almoço. No final das contas, todos terão que trabalhar 22 dias a mais no ano. A Cemig, de fato, é especialista em empurrar prejuízos para os eletricitários.
Para o Sindieletro mais essa decisão, arbitrária, reflete um problema que a empresa não querem enfrentar há décadas: a falta de pessoal e de investimentos para a melhoria da rede elétrica.
Defendemos, sempre, a convocação dos aprovados no último concurso em aberto. Impor a mudança de horário do plantão é desrespeitar o nosso ACT, que prevê a primarização de 400 novos trabalhadores justamente para manter o bom funcionamento da Cemig.
O Sindieletro orienta:
Estão dizendo para o trabalhador que ele escolhe se quer adotar a nova escala. O Sindieletro adverte: não caia nesse discurso. É ilusão pensar que o eletricista do plantão terá livre opção e ganhará mais remuneração com horas extras na nova escala. Na verdade, todos trabalharão 22 dias a mais no ano e as horas extras significam menos saúde e mais insegurança no trabalho.
O gerente do RH/RT, Brunno Viana, foi procurado para responder aos nossos questionamentos. Mas não retornou.