‘Pixinguinha’ mostra que o Brasil também produz pessoas geniais



‘Pixinguinha’ mostra que o Brasil também produz pessoas geniais

Estreou nos cinemas o filme Pixinguinha – Um Homem Carinhoso. A obra retrata a vida pessoal e a carreira do Alfredo da Rocha Vianna Filho, nascido em 1987 e morto em 1973, um dos compositores brasileiros fundamentais. O flautista, saxofonista e arranjador é autor do choro Carinhoso, que dá nome ao filme, uma das canções mais cantadas e lembradas pelos brasileiros. A música é de 1917, quando Pixinguinha tinha apenas 20 anos.

“É sempre um conforto a gente lembrar que o Brasil também produz pessoas geniais, que amam o ser humano, a arte e a beleza. E que trazem beleza para a vida da gente”, afirma o crítico de cinema Luiz Zanin, em entrevista a Talita Galli, para o programa Bom para Todos, da TVT.

Para ele, a cinebiografia de Pixinguinha é uma espécie de “consolo” aos brasileiros, que tem vivido momentos de “tristeza e exasperação”, em função da pandemia e dos desmandos do governo. Nesse sentido, trata-se de um filme “despretensioso”, disse Zanin, “que retrata muito bem a vida desse brasileiro amoroso e genial”.

Pixinguinha é autor do clássico 1 a 0, composto depois que o Brasil venceu o campeonato sul-americano de futebol, em 1919, diante do Uruguai. Mas seu repertório inclui incontáveis pérolas, como Lamento, Ingênuo, Naquele Tempo, Vou Vivendo e Urubu Malandro (do tempo do grupo Os Oito Batutas, que seria “recriado” pelo músico Paulo Moura).

A produção, dirigida por Denise Saraceni e Allan Fiterman, traz o cantor e ator Seu Jorge no papel do mestre. Zanin destacou a “versatilidade” de Seu Jorge, que também está em cartaz com o filme Mariguella, dirigido por Wagner Moura. “Ele fazia um guerrilheiro vibrante, engajado. E agora interpreta um homem que é ternura pura, bom por natureza.” A atriz Taís Araújo dá vida a Albertina Nunes Pereira, a Betty, companheira do músico.

Numa célebre passagem retratada no filme, por exemplo, um assaltante acaba fracassando no seu intento criminoso quando reconhece a vítima em potencial. Ele então começa a cantar – “Meu coração…” – os primeiros versos de Carinhoso, que já ganhou mais de 400 versões em pouco mais de um século.

Curral: realismo

Além disso, outro lançamento brasileiro recomendado por Zanin é Curral. A história, que se passa no cidade de Gravatá, em Pernambuco, mostra a relação entre Chico Caixa (interpretado por Thomás Aquino) e Joel (Rodrigo Garcia), aspirante a político com tendências populistas. Assim, a trama se desenvolve em meio à seca que afeta a região, onde o caminhão-pipa vira moeda eleitoral. “Retrata, em tons bastante realistas, esse outro lado do Brasil”, observa o crítico.

Mix Brasil mostra diversidade

Zanin destaca ainda os filmes em cartaz Festival Mix Brasil, evento que exalta a diversidade e retrata a produção artística ligada ao universo LGBTQIA+. Além de contar com espetáculos de teatro, música e literatura, o festival exibe 117 filmes de 28 países. O crítico chama a atenção para italiano Benedetta, de Paul Verhoeven, que causou furor no último Festival de Cannes. Outra sensação é o brasileiro Deserto Particular, de Aly Muritiba, que representará o Brasil na busca por uma vaga no Oscar 2022.

Fonte: Rede Brasil Atual

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