Surpreendeu o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgado na sexta-feira (30) pelo IBGE. Ninguém esperava essa alta de 1,5%, em comparação com os três primeiros meses do ano. O índice coloca o Brasil entre os países que mais cresceram no período. A maré de pessimismo que parecia sufocar nossaeconomia em julho e agosto pode ser revertida em setembro.
O PIB do primeiro trimestre já indicava mudança de expectativa sobre a economia brasileira, em razão da alta de 4,7% no investimento, em comparação com o último trimestre de 2012. Nos três meses seguintes, a formação bruta de capital cresceu mais 3,6%. Esse índice representa expansão de 9% em relação ao segundo trimestre do ano passado. É o melhor resultado num trimestre desde o quarto trimestre de 2010, quando ultrapassou os 11%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, muito criticado por analistas econômicos nos últimos meses, tem motivos para comemorar isso que ele classifica como “um crescimento de qualidade”. Pois o índice foi puxado pelo investimento, pela agricultura e pela indústria, mais do que pelo consumo das famílias, que está crescendo menos, mas “tende a acelerar nos próximos meses”. O aumento da compra de máquinas e equipamentos para a indústria e a agropecuária significa que o Brasil está se modernizando e vai ter aumento de produtividade.
O setor industrial cresceu 2,8% de abril a julho, quando comparado com o segundo trimestre de 2012. Mas a indústria extrativa amargou uma queda de 3,9%, devido principalmente à menor produção de minério de ferro. Apesar disso, em relação ao primeiro trimestre deste ano, o crescimento industrial alcançou 2%, o maior índice desde o segundo trimestre de 2010. A construção civil, grande empregadora de mão de obra, registrou alta de 3,8% entre o primeiro e o segundo trimestre. Esse índice é o maior de todos os setores, com exceção da agropecuária, cujo crescimento de 3,9% foi puxado pela exportação feita no trimestre da safra recorde de soja.
O aumento do PIB brasileiro é superior aos divulgados pelos países europeus para o segundo trimestre e ficou bem acima dos Estados Unidos, que se animou com um crescimento de 0,6%, mesmo índice do Japão. Na zona do euro, a média foi de apenas 0,3%. Entre os países do chamado Brics, o Brasil só cresceu menos que a China – que teve alta de 1,7% no trimestre.
O mundo parece sair do fundo do poço aberto pela crise financeira de 2008. E o Brasil vai junto.
Hoje em Dia
No segundo trimestre, País cresce mais que o dobro dos índices de Estados Unidos (0,6%) e Inglaterra (0,7); 1,5% alcançados aqui deixam para trás Alemanha (0,8%), Portugal (1,1%), Espanha (-0,1%) e Itália (-0,2%); a comparar com número da economia do México (-0,7%), diferença chega a ser brutal; apenas a China (1,7%), do presidente Xi Jinping, fez melhor diante da crise; por que Dilma não teria motivos para sorrir?