Ameaçados pela política de desmonte da Petrobrás, trabalhadores enfrentam direção golpista
Com faixas e cartazes denunciando os riscos de mortes e mutilações cada vez maiores que vivem os trabalhadores do Sistema Petrobrás, em função do desmonte da gestão Pedro Parente, os sindicatos da FUP iniciaram na segunda-feira, 19, uma grande mobilização, cobrando condições seguras de trabalho e a recomposição dos efetivos da empresa. Atrasos e paralisações marcaram o início do expediente nas refinarias, terminais, áreas de embarques para as plataformas e demais unidades da companhia.
Nas refinarias, onde as gerências estão cortando unilateralmente postos de trabalho, atropelando o Acordo Coletivo de Trabalho e a NR-20, os petroleiros aprovaram greve por tempo indeterminado, com data a ser indicada pela FUP.
Sem qualquer negocição com os sindicatos, a Petrobrás está implementando um estudo unilateral de efetivos, com base em uma metodologia norte-americana de hierarquização de tempos e tarefas que não condiz com os processos de operação em refinarias de petróleo. O objetivo é reduzir em até 25% os números mínimos, que já estão no limite e até mesmo abaixo do quadro necessário para garantir a segurança operacional.
O resultado dessa política é o aumento de acidentes e a precarização das condições de trabalho. No domingo, 18, dois trabalhadores da Reduc foram vítimas de mais um acidente, que é reflexo direto do sucateamento que os gestores estão impondo às refinarias.
No dia 9 de junho, um acidente com o navio sonda da Odebrecht, fretado pela Petrobrás, resultou na morte de três trabalhadores, todos terceirizados. Apenas um dos feridos sobreviveu. O acidente ocorreu no rastro do completo desmonte do setor de sondagem e perfuração da companhia, cujos efetivos próprios foram desmobilizados e as plataformas hibernadas e privatizadas.
A redução de efetivos e a precarização das condições de trabalho estão diretamente relacionados ao desmonte que a Petrobrás vem sofrendo em função da privatização de unidades e de um plano de negócios com foco na redução e fatiamento da empresa.
Mudanças estratégicas estão sendo preparadas também pelo Ministério de Minas e Energia para desregulamentar os segmentos de refino, transporte, armazenamento e comercialização de derivados, assim como o E&P, com o objetivo de reduzir o máximo possível a presença da Petrobrás, transferindo ativos para o setor privado e abrindo a infraestrutura e logística da empresa.
Para atrair os novos “sócios”, o pacote de privatizações e desmonte implica, necessariamente, em reduzir custos com funcionários, flexibilizar e cortar direitos e, principalmente, enxugar os quadros da Petrobrás. É o que a gestão Pedro Parente está fazendo, ao reestruturar os efetivos das refinarias, gerando um rastro de acidentes e mortes.
Só com luta e organização, a categoria vai conseguir barrar o desmonte da Petrobrás, preservar os empregos e garantir respeito à vida.
Cut Nacional