Ao tomar conhecimento pela imprensa, na noite da terça-feira, 29, da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que declarou ilegal a greve dos petroleiros, o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, afirmou que a categoria não se intimidará e que a greve está mantida. “A justiça do trabalho está agindo como a justiça do capital. Esse é o papel que ela tem cumprido ao longo dos últimos anos”, declarou o líder petroleiro, diante dos movimentos sociais e sindicais que participaram de uma plenária unificada das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, na sede da CUT do Rio de Janeiro.
José Maria Rangel criticou o TST por ter tomado uma posição sem ouvir o lado dos trabalhadores. “O principal ponto que eles colocam é o fato da greve ser política. A primeira coisa que os ministros do TST tinham que se perguntar é como que eles chegaram ao Tribunal. Foi através de indicação política. O fim da Justiça do Trabalho, imposta pelo golpe, também é uma decisão política. O fato de Pedro Parente está destruindo a Petrobrás é uma decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política”, ressaltou o coordenador da FUP.
“Eles queriam que a gente visse o desmonte que a Petrobrás está sofrendo e morrêssemos igual carneiro, com as lágrimas escorrendo? Nós não vamos fazer isso”, declarou, afirmando que os juízes do TST não vão intimidar os petroleiros.
“Nós sabemos o que está em jogo neste país. Nós não vamos ter que impedir os petroleiros de entrarem para trabalhar porque eles não vão trabalhar, pois sabem o que está acontecendo dentro da Petrobrás. Eles sabem que está em curso um processo de entrega do patrimônio público”, explicou José Maria, ao comentar as multas diárias de R$ 500 mil que o TST determinou, por cada medida de paralisação que os sindicatos realizarem, inclusive piquetes.
A greve dos petroleiros começou nacionalmente nas bases da FUP, no primeiro minuto desta quarta-feira, 30.
Acompanhe minuto a minuto a greve dos petroleiros, acessando o Radar FUP: http://www.radarfup.com.br/minuto-a-minuto/
Caminhoneiros estão com petroleiros, diz motorista autônomo
A greve dos caminhoneiros chegou ao 10º nesta quarta-feira (30). De acordo com o motorista autônomo Moisés de Oliveira, a paralisação continua pois não há concordância com a política de preços da Petrobras, imposta pela gestão de Pedro Parente. Ele acrescenta que as concessões do governo Temer sobre o diesel vai cair na conta da população mais pobre.
"A gente luta contra a alta dos combustíveis. Isso tudo é culpa do Pedro Parente e não concordamos com a política de preço da Petrobras, colocando nosso petróleo nas mãos dos gringos, sendo que temos refinarias aqui. Esse acordo precisa ser quebrado para baixar o combustível e o gás de cozinha. Não adianta só baixar o diesel e colocar o imposto sobre outros produtos, porque o pobre vai pagar a conta", afirma Moisés, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
O caminhoneiro afirma que o movimento é heterogêneo, com várias correntes de pensamento tentando assumir a ponta. Mas ainda assim considera a paralisação forte e que parte da mobilização vai se unir à greve de 72 horas dos petroleiros.
"Temos contato com pessoal de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco e a mídia diz que a greve acabou, mas não. Surgiram vários sindicatos querendo abraçar a causa, mas a gente percebeu que é uma causa política. Estamos unidos com os petroleiros, vamos apoiá-los enquanto não resolverem o problema", disse.
O grevista também criticou a presença de "aproveitadores políticos". O ator Alexandre Frota compareceu, nesta segunda-feira (28), em um dos principais pontos da paralisação em São Paulo, a Rodovia Regis Bittencourt, em Embu das Artes.
"Na segunda apareceu o Alexandre Frota, aproveitador de direta, para fazer política. Estão aparecendo aproveitadores para ficar falando de política, mas nossa briga não foi essa. Ele chegou com o pessoal dele do MBL (Movimento Brasil Livre). Está faltando um discurso uniformizado aqui, o pessoal da direita está vindo bastante aqui, enquanto não percebemos a presença do pessoal da esquerda. Eles deveriam estar conosco na greve, né?", diz o manifestante.
Fontes: CUT e Rede Brasil Atual