A Petrobras apresentou na quarta (19) nova proposta de renovação do acordo coletivo de trabalho, mas os representantes dos trabalhadores já disseram não. Na parte econômica, a empresa ofereceu 6% de reajuste, independentemente de faixa salarial. Esse índice, retroativo à data-base (1º de setembro), também seria aplicado em tabelas e benefícios, como vale refeição ou alimentação.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, disse que a reunião realizada na quarta-feira, no Rio de Janeiro, não trouxe novidades sobre "quem eles querem colocar para pagar a conta", referindo-se à situação financeira da empresa. Para ele, a atual direção da Petrobras tem "DNA dos anos 90", com políticas de "arrocho salarial, tentativa de redução de direitos, venda de ativos, e tudo isso nas costas do trabalhador".
Os sindicalistas pedem contratação de mão de obra, destacando a saída de grande contingente por meio de um programa de demissões voluntárias (PIDV). "A reposição de trabalhadores nas áreas operacionais é urgente", diz a FUP, para quem o programa é contraditório, considerando que recentemente a estatal lançou o programa Compromisso pela Vida. "O número absurdo de horas extras que os trabalhadores são obrigados a fazer é a prova de que a companhia jamais poderia abrir mão de efetivos. Em vez de recompor os quadros de trabalhadores, a empresa quer reduzir em 50% a remuneração das HEs, quando o que deveria estar sendo discutido é a redução da quantidade de horas extras."
Já a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) decidiu nem sequer ir à reunião marcada para a tarde. A entidade afirma ter sido desrespeitada, já que a proposta da empresa foi enviada por e-mail, antes mesmo da negociação.
Fonte: Rede Brasil Atual