Pesquisa Oxfam Brasil/Datafolha divulgada na segunda-feira (31) mostra que 84% dos brasileiros concordam que os mais ricos devem pagar mais impostos para financiar políticas públicas sociais, como educação, moradia e saúde. Além disso, mais da metade (56%) defende o aumento de tributos para os serviços.
De acordo com os dados do levantamento "Nós e as Desigualdades", o apoio da população pelo aumento da tributação está crescendo conforme os anos. De 2019 para 2020, o apoio subiu 25 pontos percentuais. Era de 31% em 2019 e passou para 56% no ano passado.
Além disso, a pesquisa também mostrou que 86% dos brasileiros afirmam que o governo tem a obrigação de reduzir a diferença entre os mais ricos e os mais pobres. Dos ouvidos pela pesquisa, 85% pensam que o governo precisa reduzir as desigualdades regionais no país.
O estudo também analisou a percepção dos brasileiros sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres, e brancos e negros. De acordo com a pesquisa, 76% afirmam que a cor da pele influencia na contratação por empresas.
Além disso, 58% concordam que os negros ganham menos por serem negros e 67% das pessoas ouvidas afirmam que o fato de ser mulher impacta negativamente na renda obtida.
O levantamento mostrou também que 84% dos entrevistados acreditam que a cor da pele influencia a decisão de uma abordagem policial e 78% concordam que a Justiça é mais dura com pessoas negras.
A população também foi questionada sobre meritocracia: 60% duvidam que o trabalho sirva como equalizador das chances dos mais pobres. Além disso, 52% não creem que a educação das crianças pobres equalize suas chances de uma vida bem-sucedida.
Sobre a pandemia, 62% das pessoas ouvidas apoiam a manutenção do auxílio emergencial para as pessoas que têm direito hoje após o período de emergência.
A pesquisa foi realizada em 130 municípios, entre os dias 7 a 15 de dezembro de 2020. Ao todo, foram 2.079 entrevistas. A margem de erro para o total da amostra nacional é de 2 pontos para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
Fonte: Brasil de Fato