Mulheres à frente de projetos arquitetônicos e de planejamento das cidades. Esse foi o foco do painel “Mulheres líderes transformando o design de rua”, que integrou a programação da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Na ocasião, especialistas da área debateram a necessidade de ocupação de espaço em uma área majoritariamente dominada por homens.
Segundo a urbanista Leslie Kern, que participou dos debates por videoconferência, “os vários aspectos da vida das mulheres não são levados em conta na hora de arquitetos e urbanistas planejarem a cidade”. Ela é autora do livro “Cidade Feminista”. Na obra, aponta como é difícil para uma mulher com carrinho de bebê, criança no colo ou ainda, que esteja sozinha, andar nas metrópoles. Elas são orientadas, por exemplo, a não andar nestes ou naqueles lugares…
Em seu livro, destaca o caso de Viena, que para ela, é um exemplo de política urbana feminista. Serviços e creches estão próximos de conjuntos habitacionais, favorecendo o deslocamento de mães.
É por isso que é importante que mulheres assinem projetos de arquitetura e engenharia urbanos. O mercado “elege” os homens como transformadores de realidades, tanto na política, quanto em outros setores, a exemplo do desenvolvimento das cidades.
Na ambiguidade dessa perspectiva – muito relatada em recentes bibliografias feministas -, as mulheres lutam pela valorização da formação profissional, tornando líderes mundiais, além de projetar as ideias relacionadas à distribuição dos elementos, a partir da realidade vivida por elas. Atualmente, à frente de cargos responsáveis por tais mudanças, elas têm um olhar construído pensando na proteção como essencial para o funcionamento do lugar.
Apesar da estrutura já instalada, o aperfeiçoamento das mulheres no “design de rua” é um caminho que segue em crescimento, possibilitando, muitas vezes, a discussão a respeito do urbanismo feminista. Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo, “é preciso adotar uma visão feminista sobre o espaço urbano, mapeando como as relações de gênero constroem o nosso entorno”.
Fonte: Mídia Ninja, por Jéssica Albuquerque, da Cobertura NINJA na COP2