A finalidade dessa participação especial nos Jogos Rio 2016 é chamar a atenção do mundo esportivo para o problema dos refugiados.
Os dez integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados tiveram de deixar seus países devido às consequências de guerras e crises humanitárias e vivem no Brasil, Alemanha, Quênia, Luxemburgo e Bélgica. A equipe é composta por dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses.
A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) é parceira do Comitê Olímpico Internacional nessa iniciativa. A partir de uma solicitação do COI, a Acnur identificou refugiados em todo o mundo com experiência esportiva e encaminhou os nomes à instituição esportiva.
O Comitê então atuou junto às federações e aos comitês nacionais em um programa de treinamento dos atletas, chegando à seleção dos dez refugiados – que se encontram no Rio de Janeiro – entre 43 candidatos. Outros atletas já competiram independentemente, porque seus países haviam sido banidos das Olimpíadas ou porque o país não possuía um time nacional.
“A equipe fará o mundo ficar mais consciente da causa do refúgio, mostrando que todos podem contribuir para a sociedade", afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, durante sessão de apresentação da equipe de refugiados no Rio de Janeiro.
Abertura
A refugiada do Sudão do Sul Rose Nathike Lokonyen será a porta-bandeira da Equipe Olímpica de Atletas Refugiados durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, que ocorre nesta sexta-feira (5). Rose Lokonyen é refugiada no Quênia e disputará a prova de atletismo (800 metros).
Ao discursar brevemente na 129ª Sessão do COI, a nadadora síria Yusra Mardini afirmou que os refugiados "podem fazer e realizar várias coisas".
"Foi difícil deixar nossos países. E não escolhemos o nome de refugiados. Estou contente por ser parte deste time e por representar mais de 60 milhões de pessoas, que foram forçadas a se deslocar de suas regiões de origem por causa de guerras, conflitos e perseguições. Esperamos inspirar novos atletas em todo o mundo, não apenas refugiados", disse Yusra.
Conheça os atletas
Os atletas refugiados, suas respectivas nacionalidades e países de refúgio e modalidades esportivas são:
Ramis Anis, da Síria (Natação, 100 metros borboleta – masculino); vive na Bélgica;
Yiech Pur Biel, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – masculino); vive no Quênia;
James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul (Atletismo, 400 metros – masculino); vive no Quênia;
Yonas Kinde, da Etiópica (Atletismo, maratona – masculino); vive em Luxemburgo;
Anjelina Nada Lohalith, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – feminino); vive no Quênia;
Rose Nathike Lokonyen, do Sudão do Sul (Atletismo, 800 metros – feminino); vive no Quênia;
Paulo Amotun Lokoro, do Sudão do Sul (Atletismo, 1.500 metros – masculino); vive no Quênia;
Yolande Mabika, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – feminino); vive no Brasil;
Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres e borboleta – feminino); vive na Alemanha;
Popole Misenga, da República Democrática do Congo (Judô, peso médio – masculino); vive no Brasil.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Justiça e Cidadania e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR)
Fonte: ESPN