Aconteceu na quarta-feira (29), a primeira reunião da mesa temática sobre o Plano de Cargos e Remuneração (PCR). No primeiro encontro do grupo já ficou claro que teremos muito trabalho pela frente. Se considerarmos que o PCR atual já está com mais de 10 anos de implantação e cheio de vícios, é preciso construir do zero um novo plano de cargos, com critérios claros, objetivos e que atenda as expectativas de crescimento da categoria.
O diretor Lúcio Parrela destacou que as demandas da categoria são muitas e pelo tamanho do desafio, teremos que ter objetividade na negociação. Defendeu o acesso às informações e documentos para dar velocidade, qualidade e principalmente, transparência ao processo.
Para Lúcio, esse é o momento de ousadia, de pensar um PCR com critérios objetivos, que democratize o acesso às carreiras e aos recursos, e que possibilite o desenvolvimento do trabalhador na empresa. É preciso enriquecer a crítica dos equívocos do PCR passado, que foi utilizado apenas para as chefias agraciarem os apadrinhados e a verba irrisória destinada ao Plano.
Portanto, uma das primeiras mudanças necessárias é justamente dar um novo rumo para o PCR, garantindo transparência no acesso às carreiras e a valorização de todos os trabalhadores. Queremos que a era dos privilégios e das discriminações na empresa seja coisa do passado. Queremos uma seleção interna com periodicidade fixa, ampla e sem restrições, para construirmos uma ferramenta de credibilidade para categoria.
O superintendente de RH da Cemig, Vagner Delgado Costa Reis, garantiu que o ambiente é de construção e que a empresa tem disposição de negociar sobre toda estrutura do plano.
Os diretores do Sindieletro designados para as discussões da mesa temática afirmaram que os trabalhadores da Cemig têm maturidade suficiente para fazer gestão dos processos de trabalho e de suas carreiras. Fizeram a defesa de um modelo de autogestão com diminuição da hierarquia na empresa.
Lúcio Parrela defendeu ainda que todos os trabalhadores devam ter oportunidade de crescimento na carreira, podendo inclusive ocupar cargos de gerentes e superintendentes. É preciso acabar com a reserva de mercado existente na empresa, onde, somente trabalhadores com curso superior podem ocupar estes cargos. “Isso é um equívoco. A função gerencial deve ser atrelada à competência do trabalhador em relação ao desafio de gestão colocado pela empresa, é preciso democratizar o PCR e acabar com esse tipo de reserva de mercado”, destacou.
Nova reunião sobre o PCR será agendada em breve para definir a metodologia de trabalho da mesa temática.