Nesta terça-feira, 24, a greve se ampliou ainda mais, atingindo 49% das agências, departamentos e centros administrativos de bancos privados, da CAIXA e do Banco do Brasil. No sexto dia de greve, os bancários se concentraram, às 11h30, em frente à agência Centro do Banco do Brasil, na rua Rio de Janeiro, 750, onde o Departamento Cultural do Sindicato promoveu apresentação de esquetes teatrais pela trupe Cia dos Aflitos denunciando a exploração dos bancários pelos banqueiros, além de show musical com a Banda dos Bancários. Às 13 horas, foi realizada uma assembleia que deliberou pela continuidade do movimento.
Após a assembleia, bancárias e bancários saíram em uma animada passeata pelas principais ruas do centro de Belo Horizonte para mostrar à população as reivindicações da categoria e protestar contra o Projeto de Lei 4330, que permite a terceirização sem limites. A passeata foi feita no grito, já que os bancários não dispunham de carro de som, mas empolgou a todos e atraiu a simpatia da população.
Assédio moral
Durante a assembleia, foram aprovadas duas moções de repúdio. Uma contra o gerente geral da agência Horto Florestal da CAIXA, Terjes Daniel, denunciado por assédio moral contra os empregados e de ameaçar tirar a função de quem aderisse à greve. A postura antissindical é tamanha que ele tentou impedir a eleição de delegado sindical na agência onde é gerente e ameaçou tirar a função do delegado sindical eleito.
Outra moção de repúdio aprovada na assembleia foi contra o gerente do Bradesco da agência da rua Curitiba, Antônio Jairo Freitas, que estava forçando os bancários a chegarem na agência às 5 horas da manhã para não aderirem à greve. Ao entrarem na agência, os diretores do Sindicato constataram que alguns bancários intimidados pelo gerente haviam se escondido no banheiro feminino. O Sindicato continuará denunciando todo tipo de intransigência da parte dos gestores na tentativa de impedir que os bancários exerçam o seu sagrado direito de greve.
Pauta dos trabalhadores
A greve por tempo indeterminado foi deflagrada em assembleia realizada no dia 12 de setembro em resposta à intransigência dos banqueiros e das direções dos bancos federais que se recusam a atender as reivindicações da categoria. A proposta apresentada pelos bancos no dia 5 de setembro, de 6,1% de reajuste sobre todas as verbas salariais, sem qualquer aumento real, foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários ainda na mesa de negociação.
Dentre as reivindicações, os bancários pedem reajuste salarial de 11,93% (inflação mais 5% de aumento real), PLR de 3 salários mais R$ 5.553,15 fixos, piso de acordo com o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), auxílios alimentação, refeição, 13a cesta e auxílio creche/babá de R$ 678 (salário mínimo nacional) cada um, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais contratações e fim das demissões, mais segurança, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, auxílio-educação para graduação e pós-graduação e igualdade de oportunidades, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Nesta quarta-feira, 25, os bancários realizarão nova assembleia, a partir das 13 h, em frente à agência do Bradesco na Rua da Bahia.