Desde a sua fundação, o Sindieletro está presente nas lutas em defesa do patrimônio público, por serviços e empregos de qualidade. E, por várias vezes o nosso Sindicato foi o protagonista de batalhas que acabaram envolvendo diferentes setores da sociedade organizada.
Foi assim durante o governo de Renato Azeredo que vendeu 33% das ações da Cemig e acabar com o famigerado Acordo de Acionistas que dava poder de veto ao sócio estratégico. Também foi a atuação do Sindieletro que, mais recentemente, na gestão do ex-governador Antônio Anastasia, conseguiu impedir a privatização da Gasmig.
Em 2017 o Sindieletro encabeçou outra importante batalha, desta vez, contra a privatização das usinas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, colocadas á venda pelo ilegítimo Michel Temer. Os protestos contra o leilão, antes e durante a operação, foram intensos e permanentes.
A resistência
Em julho foi criada a Frente Mineira em Defesa da Cemig. Coletivo composto pelo Sindieletro, CUT, outros sindicatos, movimentos sociais, governo do Estado, Assembleia Legislativa, Cemig, Fiemg, deputados federais e senadores da bancada de esquerda no Congresso, dentre outras lideranças e entidades da sociedade civil.
Em todo o Estado, foram promovidos inúmeros debates, seminários e até abaixo-assinado contra a privatização da Cemig para esclarecer e pedir apoio da população. Uma audiências pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou requerimentos à Presidência da República, AGE para medidas judiciais, Aneel, Ministério das Minas e Energia, STF e Câmara dos Deputados reforçaram a luta.
Poucas semanas antes da venda irresponsável das hidrelétricas, o Sindicato se reuniu, em Brasília, com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), para discutir o Marco Regulatório do setor elétrico e o apoio à luta contra a privatização da Cemig. Também em Brasília o Sindicato se reuniu no Tribunal de Contas da União (TCU) junto com deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico e participou de encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF), Dias Toffoli para denunciar a negociação e defender o patrimônio da população.
Ato em Miranda e a ocupação de São Simão
Durante o ato em Miranda, usina localizada em Indianópolis, no Triângulo, a via de acesso à hidrelétrica foi fechada e se tornou palco de mobilização. Além dos eletricitários, participaram do ato, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Levante Popular da Juventude, da Plataforma Operária e Camponesa pela Energia, representantes da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU).
Bandeiras do Sindieletro e faixas escritas em português, inglês, espanhol e mandarim deram o recado para os abutres do capital: nossas usinas não estão à venda! Em seguida dirigentes do Sindieletro e das entidades saíram de Miranda para a hidrelétrica de São Simão, na divisa entre Minas e Goiás, onde realizaram uma vigília contra a privatização. Foi montado acampamento no local. No dia 21 de agosto houve um abraço simbólico na Sede da Cemig, em BH. Os manifestantes que ocuparam São Simão transmitiram suas avaliações da luta por vídeo-conferência.
No dia leilão
Em 27 de setembro, “página infeliz da nossa história” houve manifestações em praticamente todas as portarias da Cemig, no Estado e em frente à Bovespa, em São Paulo contra a venda da usinas. Em Belo Horizonte centenas de eletricitários, parlamentares, integrantes dos movimentos sociais, MAB e MST, da Frente Mineira em Defesa da Cemig, do Coletivo Quem Luta Educa, da Marcha das Mulheres, se concentraram em frente à sede da Cemig, no bairro Santo Agostinho.
Luta não acabou e defendemos agora a reestatização
Para Fábio Carvalho, ex-diretor do Sindieletro no Triângulo, “a privatização das usinas foi um estelionato ao consumidor porque as empresas privadas têm garantido o retorno do capital investido para a aquisição”.
O coordenador Geral do Sindieletro, Jefferson Silva, afirmou que a desnacionalização dos ativos da Cemig não vai cessar a luta dos trabalhadores. “Foi a resistência do Sindieletro e da categoria eletriciária que conseguiu rasgar o Acordo de Acionistas nos anos 2000. Temos que ter em mente que também será possível reverter a privatização das usinas e das empresas públicas que estão ameaçadas pelo governo golpista”, destacou.