Palavra do Diretor: Romeu Zema, tente construir uma Cemig do zero!



Palavra do Diretor: Romeu Zema, tente construir uma Cemig do zero!

Veja o que significa cercar um rio, levantar uma barragem, guardar os peixes e cuidar da natureza. Puxar uma linha de transmissão, levantar torres, carregar postes. Formar trabalhadores e equipes gerenciais: engenheiros, eletricistas, técnicos do
meio ambiente, carregadores e profissionais de Recursos Humanos. Manter uma frota de veículos funcionando todos os dias e tantas outras coisas. Tente! Você vai perceber que não é fácil.

Dessa forma, vai dar para sentir e perceber a importância da nossa empresa. O que era Minas sem a Companhia e o que foi Minas depois da Cemig. Muita coisa foi construída, muita coisa foi muito bem feita. Muitas coisas deixaram a desejar – e sempre
haverá algo para melhorar, para trazer ganhos para a população e para as empresas. Mas não é justo falar mal da
estatal, falar mal dos trabalhadores e secar a Cemig.

Já faz alguns anos que entra governo, sai governo e percebemos que a empresa dos mineiros está sendo diminuída, como um lago que é esvaziado. Lago vazio mata tudo que está lá dentro: mata os peixes, mata a vida. É isso que está sendo feito. A principal função da empresa não pode ser o lucro a qualquer custo; o lucro deve chegar como recompensa pelos bons trabalhos,
não ser a meta.

Romeu Zema, eu sei que você é amigo de banqueiro, é amigo de grandes empresários e talvez pense, em grande parte, como eles. E pensar como eles pode significar não saber realmente a importância do dia a dia do trabalhador, da rotina, por
exemplo, de uma agência de atendimento da Cemig, que é cruel. Muita demanda, muita pressão e os trabalhadores ainda ficam na corda bamba. Todo dia tem  que fazer mais com menos. Aperta a mão de obra, troca os trabalhadores com salários mais baixos e exigindo mais, cada vez mais.

É muito sacrifício. Tente passar um dia em uma agência. Convide o nosso presidente da Cemig a conhecer o andar de baixo. Tente sair com uma equipe de eletricistas em dias de sol e em dias de chuva. Tente entender o conjunto de normas, leis e diretrizes que regulam o setor elétrico. Tente passar o que estamos passando.

Antes de querer privatizar, reflita o que significa construir uma Cemig: construir mais de 60 usinas, levar a luz a lugares longínquos... tente imaginar. Tente saber quantos acidentes aconteceram na empresa, quem são as pessoas que morreram e
foram mutiladas no trabalho. 

Temos que ampliar nossos horizontes. A Cemig não é dos empregados, não é do governador e não é dos acionistas. Quem financia a Cemig são os consumidores, com muitos impostos. Além dos consumidores pagarem o consumo de energia, pagam
os investimentos e o pato das bandeiras tarifárias. E privatizar vai significar mais sacrifícios para a população.

Faço um desafio: vamos fazer um grande acordo para atender melhor os consumidores. Todos. Tente entender tudo mais sobre a Cemig. Aceita o desafio?

Arcângelo Eustáquio Torres Queiroz – Diretor do Sindieletro, ex-membro do Conselho de Administração da Cemig e eletricitário da Cidade Industrial.

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