Apesar de não serem noticiadas pela mídia convencional, várias categorias pelo país se encontram em greve. Em comum a todas elas está a defesa da soberania nacional.
Os petroleiros defendem não só o emprego dos mil trabalhadores que estão para ser demitidos da Fafen-PR, fábrica de
Fertilizantes Hidrogenados, mas também a não privatização da maior estatal brasileira, responsável pelo fornecimento de diversos produtos que afetam diretamente as vidas dos brasileiros, como gás de cozinha, gasolina, óleo diesel e fertilizantes.
Eles questionam também a gestão da empresa, que insiste em uma política de preços dos produtos atrelados ao dólar, quando isso é absolutamente desnecessário.
Os trabalhadores dos Correios lutam, também, pelo não desmantelamento da empresa para sua posterior privatização.
Alertam que os serviços da ECT vão muito além de simplesmente entregar correspondências. Eles são os responsáveis por fazer
chegar aos diversos rincões de nosso país, de dimensões continentais, as vacinas, os livros didáticos e até mesmo donativos,
quando da ocorrência de tragédias como as causadas pelas chuvas no estado de Minas Gerais. E perguntam: “Qual empresa privada, que só se preocupa com o lucro, vai querer prestar esses serviços sem uma contrapartida financeira”?
Os servidores públicos, tão ferozmente atacados pelo ministro Paulo Guedes, que os chamou de “parasitas”, são os responsáveis
por fazer chegar a toda a sociedade os serviços prestados e de responsabilidade do Estado, como saúde, através dos hospitais, postos de saúde, etc; educação, através das escolas; benefícios assistenciais, através dos postos do INSS e tantos outros.
Ao atacar essa categoria, a intenção do ministro e de todo o governo é diminuir radicalmente a presença do Estado na vida da
sociedade, reduzindo a sua responsabilidade em atender o mínimo de necessidades garantidas na Constituição ao cidadão brasileiro.
Os trabalhadores mineiros em educação, que já sofrem com atrasos e parcelamento no pagamento de salários, não recebem
o piso salarial definido em lei. Os trabalhadores da saúde que também sofrem com parcelamento e atrasos nos salários, ainda têm que amargar a afronta do governador Romeu Zema em enviar à ALMG um projeto de lei que prevê reajustes salariais apenas para os trabalhadores da segurança pública, os únicos que têm garantido o pagamento em dia e sem parcelamentos no estado.
Cabe ao governador responder o que pretende colocando categorias de trabalhadores em confronto.
Portanto, alerto os trabalhadores da Cemig para que reflitam sobre isso e debatam em seus círculos de convivência, fazendo com que a população tome conhecimento dessas greves e de seus objetivos e, na dúvida, procurem um trabalhador dessas categorias para se informar a respeito das suas condições de trabalho, antes de sair disseminando notícias falsas plantadas pelas mídias convencionais.
A informação é a maior arma dos trabalhadores contra os ataques das elites que querem nos subjugar.
A luta continua sempre companheiras e companheiros!
Por Vander Meira Pereira, Secretário-Geral Sindieletro/MG