Na quarta reunião do grupo do Pacto de Saúde e Segurança, realizada na escolinha de Sete Lagoas, entre os dias 9 e 10, foram levantados mais de 50 ações para a melhoria das condições de trabalho na linha viva. As intervenções se baseiam nas propostas dos trabalhadores, uma prova de que muita coisa deve mudar na empresa para garantir a saúde e segurança dos eletricitários.
O eletricista de linha viva do São Gabriel, Nárcio Piedade Silva Filho, definiu a participação dos trabalhadores nas discussões como um marco. Para ele a construção do Pacto de Saúde e Segurança não será uma tarefa rápida mas merece destaque a importância da participação da categoria no debate. "Toda mudança no processo de trabalho precisa do envolvimento dos trabalhadores. Somos agentes ativos desse processo ".
Para a direção do Sindieletro, Nárcio tem razão, são os eletricitários que têm condições de avaliar o trabalho, os riscos e sugerir mudanças.
Samuel José de Souza, eletricista de linha viva em Juiz de Fora, afirmou que em muitos locais as equipes estão se desfazendo porque a linha viva deixou de ser atrativa e a categoria foi desvalorizada. Isso porque a Cemig mudou sua política em relação à linha viva e a todas as outras áreas. Desde os anos 1990 a empresa adota um agressivo processo de terceirização, que se tornou sinônimo de precarização das relações de trabalho, afetando significativamente a saúde e segurança dos eletricitários, do quadro próprio e dos contratados.
Para Samuel, o Pacto é a grande conquista da categoria. “É a primeira vez que os eletricitários participam efetivamente na construção de uma política de saúde e segurança na empresa". O eletricista de linha viva de Ipatinga, Reginaldo Santiago Morais, está otimista com o próximo encontro do grupo, que contará com a participação de gerentes e trabalhadores de outras áreas.
Reunião em maio
A próxima reunião do Pacto de Saúde e Segurança será realizada de 06 a 08 de maio, na escolinha de Sete Lagoas (Univercemig). O objetivo será analisar, juntamente com as gerências convidadas, as ações propostas de intervenções e mudanças no processo de trabalho da linha viva.
A pauta incluirá, também, a análise do trabalho dos eletricitários terceirizados. Será debatido como cumprir o grande desafio de interferir significativamente nas condições de saúde e segurança nas empresas contratadas e como envolver os trabalhadores terceirizados na discussão, seguindo a mesma metodologia utilizada com os eletricitários da linha viva.