Nos dias 06,07 e 08 de maio foi realizada a quinta reunião do Pacto de Saúde e Segurança, na escolinha de Sete Lagoas (Univercemig). A sexta reunião foi marcada para o próximo dia 26, em Belo Horizonte. Será apresentado o monitoramento das propostas de melhoria do processo de trabalho na linha viva, visando a saúde e a segurança, além da definição dos próximos passos do Pacto.
Dentre as várias discussões feitas com os gerentes, os eletricistas de linha viva, participantes da reunião, discutiram as mudanças necessárias no conteúdo e na carga horária dos cursos oferecidos pela Cemig. Além da formação adequada, eles apontam que a solução completa viria com a valorização das equipes, sem pressão por produtividade e com a reposição dos quadros desfalcados.
O professor do Departamento de Engenharia da UFMG e especialista em Ergologia (aborda o processo de trabalho de forma pluridisciplinar, considerando todas as situações reais que causam impactos na vida do trabalhador), Francisco Antunes, participou da reunião a convite do Pacto. Para ele, é preciso verificar se é imprescindível a experiência de dois anos como eletricista de manutenção antes de passar para a linha viva.
Nas opiniões apresentadas pelos eletricistas e por monitores da Univercemig, o tempo de experiência na manutenção é essencial para que a Linha viva tenha profissionais tão qualificados como os pilotos de Fórmula 1. Francisco Antunes, inclusive, exemplificou que, antes de se tornar profissional de grande competência e sucesso, o piloto passa, primeiro, pelo Kart. Ou seja, ele precisa etapas de treinamento.
Ações em andamento
Algumas ações definidas pelo grupo do Pacto, com base nas propostas dos trabalhadores, estão em andamento. Entre elas, a de melhorar a comunicação da linha viva com o COD e a ampliação do treinamento dos eletricistas. Os eletricistas, no entanto, alertaram que o problema não é só tecnológico, mas também de falta de pessoal nas duas áreas. Outra proposta é a visita técnica dos trabalhadores em rede energizada ao COD, para eles conhecerem a rotina de trabalho. Mas não ficará só nisso. Os despachantes do COD também farão visita técnica ao campo de trabalho de equipes de linha viva, para o contato com a rotina de trabalho.
Outra ação, já em fase de preparação pelo Grupo de Trabalho (GT) de Linha Viva da Cemig é a realização de um seminário específico da linha viva para a discussão de propostas de melhoria do processo de trabalho. O Sindieletro propôs a participação do Grupo do Pacto neste seminário, que deverá se realizar em breve.
Ainda sobre o GT de Linha Viva da Cemig, foram sugeridas mudanças na sua composição, com indicação dos membros pelas próprias equipes. Atualmente, a indicação é feita pelos gerentes.
Expectativas
Com a evolução dos debates da linha viva e o acompanhamento do Sindieletro a todas as ações para a linha viva, chegou o momento de tratar do processo de trabalho dos eletricitários terceirizados, com ampla participação da categoria.
Um dos representantes do Sindieletro no grupo do Pacto, José Henrique Vilela, avalia que o espaço de debates é positivo, sobretudo na participação dos trabalhadores. “São os eletricistas de linha viva que fizeram o diagnóstico do processo de trabalho e propuseram as soluções necessárias. Isso trouxe novo paradigma, pois mostrou para a representação da Cemig que as decisões que envolvem impactos na vida dos trabalhadores não podem vir de forma vertical. Os problemas no ambiente de trabalho só serão solucionados com a participação e envolvimento dos eletricitários”, destaca.
José Henrique, que é eletricista em Patrocínio (SM/PM), diz que tão importante quanto a participação dos eletricistas da linha viva será o envolvimento dos demais trabalhadores das diversas áreas de atuação na empresa, à medida que as discussões forem se ampliando para as outras realidades na Cemig. Segundo ele, é essencial que todos os eletricitários se sintam contemplados pelo Pacto e sejam solidários na cobrança de ações que garantam saúde e segurança para todos. “É fundamental saber que é a empresa que tem que se adequar às necessidades dos trabalhadores, oferecendo condições que lhe preservem a vida e a saúde”, conclui.