Outras empresas que negociamos: O dia a dia do trabalhador na pandemia



Outras empresas que negociamos: O dia a dia do trabalhador na pandemia

Nas outras empresas que o Sindieletro negocia também houve mudança de rotina. Apuramos que a RIP Serviços Industriais manteve apenas os serviços essenciais presencialmente, com os demais funcionários em home office. Há duas semanas, os trabalhadores voltaram às atividades na empresa. Uma funcionária que voltou à usina da RIP declarou: “Me sinto segura porque temos várias instruções de segurança à disposição, além do álcool em gel 70º e aferição de saturação e temperatura. Cada um vem em transporte individual e cuida da higienização do veículo e da sua área de trabalho”.

Segundo o diretor Celso Primo, a RIP não abriu espaço, no entanto, para que o Sindieletro contribuísse. “A pauta de reivindicações dos trabalhadores traz requerimentos sobre o assunto que foram negados pela empresa. Eles alegam que irão cumprir a legislação, mas acreditamos que podem ir além. A vida do trabalhador é o mais importante”, explica. 

Na Aliança, um funcionário nos conta que também há produtos de higiene pessoal à disposição e a ordem é evitar aglomerações na usina. “Primeiro, fiquei em home office, desde o dia 18 de março. Depois, em regime presencial três vezes por semana. A máscara fornecida é desconfortável e pequena, por isso comprei uma para mim”, diz.

Para trabalhadores, governo não está fazendo seu papel

Elogiando a Campanha Sindieletro Contra Covid, o trabalhador da Aliança criticou a postura dos governos federal e de Minas: “Eu espero que saia uma vacina, que Deus ilumine os cientistas do mundo inteiro. Com um miliciano no poder e um entreguista aqui em Minas, não sabemos o que acontecerá com a economia”, diz.

O trabalhador da Usina Hidrelétrica de Guilman Amorim, da Energisa, também compartilha da crítica aos governos federal e de MG. “Quando temos um chefe de Estado que coloca a dúvida na cabeça das pessoas, acontece o que estamos vivendo. Não vejo o Zema fazendo a parte dele, agiu por pressão de prefeitos. Já Bolsonaro, é um cidadão que não tem governado para a população. Só se preocupa com ele e com seus filhos”, coloca.

Ele diz também que, apesar de tudo isso, acredita que o setor elétrico não será atingido. Mesmo assim, há empresas de energia usando a pandemia para tirar direitos. Na Energisa também foram disponibilizados os materiais para higiene e é mantido o distanciamento social de dois metros. “A fiscalização é rígida. Me sinto seguro de trabalhar assim”, afirma.

O trabalhador da Energisa parabenizou os informativos sobre a pandemia do Sindieletro. A trabalhadora da RIP também lembra que a EletroLive tem sido uma boa forma de aproximação com os companheiros durante a pandemia. Ela testou positivo para a covid-19 no início da doença ainda em março, mas permaneceu assintomática.

Na sua opinião, uma mudança só virá de uma comunhão de esforços: “Os governantes não estão empenhados em resolver o problema, principalmente o governo federal, que promove fake news. Eu espero que a pandemia acabe logo, mas para o fim, é necessário que cada um faça sua parte, governantes e governados”.

Além de estudar muito sobre o tema, o Sindieletro está acompanhando de perto as ações das empresas. Estamos ouvindo os trabalhadores por meio de pesquisas, debates e contato direto. A abertura da participação do Sindicato para construir a política de prevenção é importante, por termos condições de tratar o assunto de forma mais ampla.

“Como todos sabemos, o setor da energia gera lucros sucessivamente. Não é justo, ao primeiro sinal de diminuição dessas fortunas, as empresas tentarem impor perdas e recessão aos trabalhadores. Enfrentaremos de frente qualquer ameaça de retirada de direitos ou qualquer tentativa de prejuízo aos eletricitários”, finaliza Celso Primo.

 

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