Odebrecht delata R$ 30 mi de caixa 2 e pode derrubar Temer



Odebrecht delata R$ 30 mi de caixa 2 e pode derrubar Temer

Em depoimentos ao Ministério Público Federal na semana passada, executivos da Odebrecht afirmaram que houve caixa dois da empreiteira na campanha presidencial de 2014, vencida pela coligação de Dilma Rousseff e Michel Temer. Em pelo menos um dos depoimentos, a Odebrecht descreve doação ilegal de cerca de R$ 30 milhões à coligação, um valor que representa quase 10% do total arrecadado oficialmente. O relato deve repercutir no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que apura abuso de poder político e econômico na campanha, e pode levar à cassação do mandato de Michel Temer.

"A fase de instrução na Corte ainda não foi concluída, o que permite que uma das partes ou o Ministério Público peçam o compartilhamento do material da Lava Jato ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, após a homologação das delações.

Ao TSE, até agora, nenhuma das 37 pessoas que prestaram depoimento n ação que investiga a chapa relatou pagamento de caixa 2 diretamente para a campanha Dilma-Temer. Por essa razão, a importância dos depoimentos da Odebrecht. Uma possível explicação é que, na disputa presidencial de 2014, várias empreiteiras já tinham sido alvo da Lava Jato. A 7ª fase, deflagrada em novembro daquele ano, prendeu 17 executivos. Não era o caso da Odebrecht. Marcelo, então presidente do grupo, só foi preso em junho de 2015.

Neste período, a Odebrecht ainda desafiava os investigadores, primeira explicação para a empresa supostamente ter recorrido ao caixa 2 em meio às investigações. A segunda é a de que o dinheiropara a chapa Dilma-Temer seria uma forma de tentar se blindar das investigações, comprando ainda mais apoio político. “Era a única empreiteira que ‘estava em condições’ de fazer contribuições ilícitas”, diz um dos envolvidos.

Outra delação premiada em negociação também deve citar caixa 2 para a chapa Dilma-Temer. O casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura já sinalizou que vai relatar pagamento de recursos não contabilizados em 2014, envolvendo a Odebrecht."

O advogado de Temer no processo do TSE disse que não pode se manifestar até a homologação das delações. A defesa de Dilma afirmou que quem responde pelas doações da campanha é o ex-tesoureiro Edinho Silva, que não foi encontrado para comentar.

Brasil 247/Estado de São Paulo

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