Leci Brandão, em trecho da música “Anjos da Guarda”, diz: “batam palmas pra ele, batam palmas pra ela, que eles merecem!”. Na canção, a compositora refere-se aos professores e professoras, categoria mais que merecedora de aplausos pela sua história de resistência.
Entretanto, desde quarta-feira, 8, outros personagens fundamentais na luta da classe trabalhadora brasileira também merecem aplausos. São os homens e mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e os eletricitários e eletricitárias que protagonizaram a ocupação da sede da Cemig, no centro de Belo Horizonte. Afinal de contas, quem luta, também educa!
E na sexta, dia 10 de novembro, nada melhor do que a solidariedade para marcar essa semana de luta. Em ato que contou com a participação de várias categorias que estão nas ruas de BH, protestando contra as reformas golpistas do Governo Temer, a ocupação se despede da edifício sede Cemig. Mas a luta, continua!
Aprendizado
O movimento de ocupação da sede nos deixa algumas lições. A primeira delas é de que somente com a união da classe trabalhadora poderemos fazer o devido enfrentamento à agenda de retirada de direitos comandada pelo Governo Federal e pelo Legislativo.
A segunda, é que a palavra-chave do atual momento da classe trabalhadora é solidariedade. Veja o caso da luta na Cemig: Com pautas distintas, sem-terra e eletricitários fecharam a sede da empresa cobrando compromissos assumidos pela estatal e pelo Governo Pimentel. União na luta e solidariedade nas pautas.
Como avalia o coordenador Geral do Sindieletro-MG, Jefferson Silva, “A solidariedade, mais uma vez, dá o seu exemplo de simbologia na luta da classe trabalhadora. Com unidade, conseguimos forçar a negociação, ser de fato ouvidos pelo Governo que agora tem a certeza de que os eventuais ônus e bônus da negociação do nosso ACT serão de responsabilidade do governador Fernando Pimentel”, afirma.
De acordo com Jefferson, resta, agora, que todo trabalhador e trabalhadora da Cemig assuma sua responsabilidade pessoal em defesa do coletivo. “Atacar ou retirar o direito de um, é avançar sobre os direitos de todos”, afirma. “Contra a reforma trabalhista e a retirada das nossas conquistas, cada eletricitário tem o dever da resistência, de fazer o devido enfrentamento”, conclui.
Rodrigo Silva, da coordenação estadual do MST em Minas, fez avaliação semelhante. “Nós do MST, junto com o Sindieletro, estamos nesse processo de luta permanente contra o golpe instaurado no país e essa semana foi histórica. Estamos, hoje, no terceiro dia de ocupação da sede Cemig com a compreensão de que só através da luta, da mobilização permanente, é que conseguiremos os nossos objetivos.”
Ele finaliza alertando que o processo de mobilização não termina com a ocupação. Pelo contrário, será permanente. “Se for preciso voltar, o MST voltará. Seja na Cemig ou em qualquer prédio público do governo, estamos preparados para retornar com o dobro de pessoas caso seja necessário. Temos a clareza que as conquistas da classe trabalhadora só acontecem através da luta.”
Cobranças ao governo
O governador Pimentel e o partido dele parecem estar em campos opostos. Se a nível nacional o PT está em campanha contra as reformas golpistas, em Minas Gerais Pimentel deixa dúvidas na categoria se vai garantir uma cláusula antirreforma trabalhista no ACT dos eletricitários.
Diante dessa contradição, cobramos o porquê de o governador ainda não ter dado as caras na negociação. De que lado você está, Pimentel? Dos trabalhadores ou do capital?
Nosso ACT - Neste sábado, 11, o Conselho Deliberativo do Sindieletro estará reunido para discutir e definir os rumos da nossa campanha. Eletricitários e eletricitárias devem permanecer mobilizados. Só a força da unidade, solidariedade e da luta coletiva garantirá um bom ACT.
#partiupraluta! #solidariedadedeclasse