Na atual conjuntura, é imprescindível a qualquer entidade representativa do povo brasileiro que se posicione frente às manifestações legítimas da classe trabalhadora na luta por seus direitos. Nesse sentido, o Sindieletro- MG, sindicato que representa os eletricitários e eletricitárias de Minas Gerais, em boletim eletrônico publicado no último dia 30 de maio, manifestou que reforça o seu apoio ao movimento grevista dos caminhoneiros.
Como Sindicato filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), reafirmamos o posicionamento da Central, de que o movimento foi legítimo e justo pela redução dos preços do óleo diesel”. Ademais, a paralisação representou mais um grito do povo brasileiro contra a política de sucessivos reajustes de preços dos combustíveis adotada pelo Governo golpista desde 2016. Mas não é só. A greve dos caminhoneiros mostrou o Brasil do retrocesso. O governo Temer retomou a desastrosa política neoliberal, e é claro, os resultados são os mesmos: enormes lucros para os acionistas estrangeiros e desemprego e cortes nos investimentos sociais para o povo. Até o personagem foi o mesmo, Pedro Parente, responsável direto pelo apagão elétrico de 2001, voltou para por no currículo o apagão dos combustíveis.
O aumento absurdo dos combustíveis é consequência desse retrocesso político. A Petrobrás conquistou a autossuficiência para extrair e refinar petróleo, mas opera com alto índice de ociosidade no setor, por opção do governo Temer. Essa política obriga o Brasil a importar combustíveis, deixando o povo à mercê da volatilidade de preços do barril de petróleo controlado pelas grandes petrolíferas internacionais.
Os petroleiros iniciaram uma greve de 72 horas para mostrar a verdade que a mídia quer abafar: O Brasil precisa da intervenção dos trabalhadores para defender a Petrobras, e também a Eletrobrás e todas as demais empresas. Entretanto, alguns se aproveitam da crise para propor o caminho cruel de intervenção militar e da privatização. Aliás, conhecemos bem essa ladainha: destruir nossas empresas para justificar o entreguismo. Daí vêm as tarifas altas e a precarização do trabalho.
Por isso, precisamos lutar para derrubar a Reforma Trabalhista e retomar os direitos dos trabalhadores, impedir a reforma da previdência e retomar os investimentos que foram cortados na saúde, educação e segurança. E por qual motivo foram cortados tantos direitos? Faltou dinheiro? Claro que não. Confiram os lucros das grandes empresas estrangeiras e dos bancos. A crise é a melhor amiga do capital.
Quem disputa cada centavo do diesel ou gasolina dos nossos postos, também disputa bilhão a bilhão, o orçamento do nosso país que deveria ser investido na melhoria da saúde, educação, transporte, segurança, geração de emprego que são os grandes empresários, banqueiros, oligarcas e plutocratas, que o mercado comumente denomina “acionistas”.
A luta dos caminhoneiros é legítima. Assim como é justa a luta da categoria eletricitária, dos camponeses, dos petroleiros, metroviários, profissionais da educação, da saúde, movimentos sociais, entre tantos outros que representam a maioria injustiçada no nosso país.
Por fim, reafirmamos que apoiar o movimento grevista dos caminhoneiros é defender e contribuir com a luta da classe trabalhadora brasileira contra o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer, contra as privatizações e a entrega do nosso patrimônio, contra as reformas e medidas que retiram direitos do povo; e, acima de tudo, reforçar a luta em defesa da democracia,por eleições diretas e sem intervenção militar, pela distribuição de renda e justiça social para todos.