O risco não é só covid-19, é também agressão



O risco não é só covid-19, é também agressão

Lamentavelmente, um companheiro foi agredido por um consumidor. Cobramos, desde o início da pandemia, e ainda mais agora, com o agravamento da crise sanitária e humanitária, que a Cemig suspenda imediatamente as atividades não emergenciais, como as de inspeção e corte

No pior momento da pandemia, eletricistas que realizam atividades como inspeção e corte em unidades consumidoras estão correndo mais um risco, além da exposição à contaminação do novo coranavírus durante as atividades profissionais: o risco potencial de agressão por parte de consumidores revoltados com o contato desnecessário com os eletricistas ou desligamento da luz por falta de pagamento.

Infelizmente, aconteceu na semana passada, no Leste de Minas. Um companheiro, ao realizar um serviço de corte, foi vítima da ira de um consumidor. Ele não sofreu simples agressões, foram socos e pontapés que deixaram marcas no corpo e muita dor no pescoço.

O Sindieletro lamenta profundamente o ocorrido e tem feito várias ações para proteger a vida da categoria eletricitária, contra a covid-19 e contra as condições de trabalho que afetam a saúde e a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras. Já procuramos a CIPA do local de trabalho do eletricista para a análise dos riscos que correm as equipes de campo e providências.

Pior momento da pandemia exige medidas mais rigorosas

Desde o início da pandemia e, agora ainda mais, insistimos em cobrar da Cemig que, neste pior momento da crise sanitária, medidas imediatas em defesa da vida dos eletricitários e eletricitárias sejam tomadas. Queremos mudanças nos protocolos para maior rigor nas práticas de proteger a vida dos trabalhadores(as). Que a Cemig faça logo a adesão efetiva à “onda roxa” estabelecida para todo o Estado de Minas Gerais.

Uma das decisões que já cobramos, agora e anteriormente, foi a de suspensão imediata das atividades não emergenciais, de campo, das equipes de unidades consumidoras, mais expostas ao contato com pessoas e à contaminação do vírus da covid-19. E, claro, as equipes ficam mais vulneráveis às agressões de populares, porque recebem ordens para realizar cortes de energia. Muitos dos populares reagem com violência neste cenário de crises sanitária e econômica. Infelizmente, é uma realidade que tende a aumentar e a Cemig precisa considerar esse cenário.

Vale comentar: O trabalhador da linha de frente das atividades não emergenciais, que não tem culpa alguma da situação tensa, acaba sendo vítima de quem deveria se revoltar é com a postura de governos (o federal, principalmente) em não enfrentar a crise econômica e a tragédia da pandemia de forma a proteger a vida e a dignidade de toda a população.

Interlocução com a ALMG e MP

Além das ações junto à Cemig, buscamos constantemente a interlocução e o apoio dos deputados, na Assembleia Legislativa (ALMG). Já apresentamos denúncias ao Ministério Público de Minas Gerais provando que trabalhadores e trabalhadoras não estão tendo toda a proteção necessária.

Cobramos, ainda, vacinação já para os trabalhadores e as trabalhadoras.

Quanto à resposta da Cemig às nossas inúmeras cobranças, nada! O RH da empresa finge que nos escuta, a gente expõe e denuncia as situações, mas o tempo passa e o Recursos Humanos sequer nos responde. Já a ALMG tem o seu "tempo próprio” de responder, que é demorado. Contamos com o importante apoio de alguns deputados, da oposição ao governo Zema.

Continuamos na luta pela vida, pela segurança! Cobrando respostas e denunciando. Desistir, jamais!

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