Fecharam a opção de benefício vitalício para os novatos que aderirem ao plano a partir de maio deste ano. A decisão aprovada no dia 7 é somente a ponta do iceberg. A encomenda da Cemig é que os aposentados (vitalícios) dos planos A e B migrem para um plano de cotas. O pedido da patrocinadora para Forluz é para reduzir os riscos atuariais nos Planos A e B.Veja abaixo a correspondência da Forluz.
A estratégia da patrocinadora é de comer pelas beiradas os direitos dos eletricitários, acabando com a categoria vitalícia. Na verdade a Cemig está buscando meios de transferir todos os custos e riscos para os participantes.
Contradição
Lembramos que na própria reunião da quarta-feira, 7, foi demonstrado que o Plano B está equilibrado, o que provou não serem necessárias as alterações.
Destacamos, ainda, que a proposta de mudanças do Plano B só vazou para a categoria no dia 31 de janeiro de 2018, e, agora, foi aprovada em tempo recorde.
Ameaças na Forluz
O conselheiro João Wayne publicou nas redes sociais que votou pelas alterações devido ao fato do representante da patrocinadora (Leonardo George Magalhães) dizer que colocaria em votação na próxima reunião ordinária do Conselho a criação de um novo plano, caso as propostas não fossem aprovadas no dia 7.
Se o conselheiro estivesse junto com todas as entidades, certamente não ficaria receoso diante do posicionamento da patrocinadora. O que ele deveria ter feito era ouvir os apelos do Sindieletro, AEA, ABCF, Economistas e Sintec e não ter votado a favor das mudanças.
Inclusive, o depoimento do próprio presidente da Forluz, José Ribeiro Pena Neto, durante encontro com as entidades, apontou que a criação do novo plano(C) é inviável financeiramente. Mesmo porque teria pouquíssima chance de se viabilizar, em função do seu tamanho, das exigências para a sua criação e do custo administrativo maior.
Além disso, entendemos que não havia motivos para ceder a pressão. Inclusive, o Sindieletro, através do deputado Rogério Correia, havia conseguido um canal de conversa sobre a Forluz com o presidente da Cemig, Bernardo Salomão.
Sem diálogo com as entidades
Para que a votação das mudanças no Plano B Vitalício, no dia 7 passado, fosse adiada, a categoria eletricitária foi à luta. O Sindieletro, AEA, ABCF, Sindicato dos Economistas (Sindecon-MG) e Sindicato dos Técnicos Industriais (Sintec–MG) cobraram o adiamento em cartas, ofícios e reuniões, por várias vezes. Houve uma vigília em frente à Forluz com faixas e palavras de ordem e rápida ocupação da Fundação. Nada disso sensibilizou a maioria dos conselheiros.
Futuro do Plano B
O Plano B foi criado em 1997 para trazer mais segurança para o futuro dos participantes. Agora, com as alterações feitas no dia 07, de fechar o Vitalício para os novos inscritos, podemos afirmar que a opção vitalícia vai deixar de existir, seja a médio ou longo prazo. Consequentemente ,vai prejudicar o mutualismo de mais de 3 mil pessoas que se aposentaram pelo Vitalício no plano B.
Plano A
A Forluz já publicou no site da Fundação que assim que houver um acerto com a patrocinadora, ainda em 2018, “passaremos” a discutir o Plano Acom os participantes. A proposta será a transferência de mais de 11 mil pessoas para um benefício de cotas.
Carta Aberta aos conselheiros
No dia 6, véspera da votação das mudanças, cobramos dos conselheiros da Forluz, em carta aberta assinada pelas entidades contrárias às alterações (leia carta abaixo), o diálogo e a transparência em defesada Fundação. Argumentamos que isso seria possível com o adiamento da reunião para termos mais tempo para discussão e elaboração de um estudo de impactos das mudanças.
Declaração de voto
Leia justificativa do conselheiro, Guilherme de Andrada, em defesa dos participantes
Eu, Guilherme de Andrade Ferreira, conselheiro Deliberativo da Forluz, eleito pelos participantes para o atual mandato, venho declarar meu voto contrário as alterações propostas no plano B da fundação pelos motivos que se seguem.
Nossa fundação denomina-se Fundação Forluminas de Seguridade Social e a principal alteração proposta vem a ser o primeiro passo para torná-la apenas mais uma administradora de planos previdenciários de caráter unicamente financeiro, desvirtuando-se de seus princípios fundacionais), ou seja, da seguridade social.
Nos discursos e mensagens da diretoria da fundação, (ver vídeos e apresentações gravadas) fica explícito que a alteração no plano B é apenas o início do processo haja vista que por diversas vezes já foi mencionado que o plano saldado, fruto de acordo/contrato firmado com a patrocinadora em exaustivas negociações em 1997, também será alterado de forma a receber também o tal benefício de caráter meramente financeiro. Aqui vale dizer que essa modificação pode ser feita a revelia dos participantes, já que a patrocinadora possui o voto de qualidade; nos dois itens anteriores há um claro rompimento e desrespeito ao contrato firmado em 1997.
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Ora se o plano B está saudável, não se justifica a proposição de modificação tão intempestiva. A justificativa da diretoria de que a alteração precisa ser feita de afogadilho para atender a apenas 100 empregados que serão admitidos na patrocinadora não se sustenta.
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Por todas essas razões e por questão de princípios e fidelidade para com aqueles que me elegeram, reafirmo meu voto contrário à proposição da alteração por entendê-la impositiva, intempestiva, insensata e possível causadora de prejuízos para os participantes e para a própria Fundação.