O que a população de BH pode esperar com a privatização do metrô?



O que a população de BH pode esperar com a privatização do metrô?

Tarifa mais alta, demora nas obras e falhas de funcionamento são alguns impactos que a população de Belo Horizonte já pode esperar com a privatização do metrô da capital.

A avaliação é de Alda Lúcia Fernandes, da direção do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro). Para ela, ainda que a expansão do metrô de Belo Horizonte seja importante, não é com a venda da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que o serviço irá melhorar.

“Muitos usuários pensam ‘privatiza que melhora’. Essa lógica não existe. Não vai trazer nenhum benefício para a população. Na realidade é ‘privatiza que piora”. A prova disso é que já estão discutindo o aumento das tarifas”, avalia a metroviária.

O contrato de concessão do metrô foi assinado há pouco mais de um mês e prevê um reajuste anual da tarifa técnica, porcentagem do valor total da tarifa paga à empresa que assumiu a gestão do serviço. Em última instância, quem deve sofrer é o usuário, que pode sentir no bolso o peso das passagens mais caras.

Experiências malsucedidas

Um dos exemplos mais emblemáticos é o do Rio de Janeiro. Em fevereiro deste ano, completou-se 25 anos desde a privatização do metrô da capital fluminense. Atualmente, a população relata superlotação, atrasos, redução das linhas e falta de manutenção. No dia 12 deste mês, a tarifa chegou a R$ 6,90, a mais cara do Brasil.

“Todas as empresas do sistema metroferroviário, que eram públicas e foram privatizadas, os modelos não deram certo. Quando o metrô do Rio era gerido pela CBTU ele chegava a transportar quase 1,5 milhões de passageiros. Hoje, a Supervia, privatizada, não chega a 700 mil usuários”, relata Alda.

Em São Paulo, entre janeiro e o início deste mês, as linhas privatizadas apresentaram três vezes mais falhas que as geridas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A 8-Diamante e a 9-Esmeralda registraram juntas, nesse período, 16 erros de operação. Além disso, a linha 8 teve dois episódios de descarrilamento. Enquanto isso, a soma dos problemas apresentados pelas linhas 7, 10, 11, 12 e 13, da CPTM, é igual a apenas cinco.

Por Ana Carolina Vasconcelos, do Brasil de Fato MG

 

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