O MST sobre a CPI do MST: estratégia da extrema direita



O MST sobre a CPI do MST: estratégia da extrema direita

No dia 17 de maio, a Câmara dos Deputados instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Dos 27 membros da CPI, 20 são oposição ao governo federal, ligados ao bolsonarismo. O presidente da Comissão é o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS, autor do pedido da CPI), e o relator é o ex-ministro de Meio Ambiente do governo Bolsonaro e defensor do agronegócio, Ricardo Salles (PL-SP).

O integrante da direção estadual do MST em Minas Gerais, Nei Zavaski, em entrevista exclusiva ao Chave Geral, lembra que essa é a quinta CPI contra o MST. Agora, o cenário de ataques contra o Movimento é a tática da extrema direita e do grande capital de impor um cerco contra o governo Lula. Cerco que é composto, além da CPI, pela alta taxa de juros mantida pelo Banco Central sob o comando de um bolsonarista e pela pressão do Congresso Nacional para manobrar, manipular e manter o presidente da República refém de chantagens parlamentares.
“A CPI do MST vem nesse sentido. A extrema direita vê o Movimento como mais que um movimento social, sabe que o MST é uma representatividade política no campo democrático de referência da esquerda brasileira. Daí o enfrentamento, os ataques. Bater no MST é bater no conjunto da esquerda brasileira”, avaliou.

Zavaski lembrou que a criação de qualquer CPI tem como objeto um grande fato de repercussão para a sociedade, por isso o Congresso investiga, não a polícia. No caso da CPI do MST, não houve fato algum que repercutiu no país.

Segundo Zavaski, nada é separado, as estratégias da extrema direita vão além dos ataques ao MST. São um conjunto de ações ordenadas, como o Marco Temporal indígena, a imposição da Câmara dos Deputados para reformular ministérios, a retirada da regulamentação ambiental e a resistência com a volta de projetos dos dois mandatos anteriores de Lula, como a volta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para garantir políticas de incentivo à agricultura familiar. “São achacadores, chantagistas!”, criticou.

Além da reforma agrária: em defesa do meio ambiente e da solidariedade!

No próximo ano o MST completa 40 anos de existência. Zavaski lembrou que o Movimento surgiu num contexto histórico brasileiro até hoje não resolvido: a necessidade de reforma agrária. E a luta pela reforma agrária sempre envolveu uma conjuntura que deve ser considerada e tem tudo a ver com a falta da reforma agrária. Para esclarecer, ele apontou a trajetória histórica imposta pelas elites dominantes para manter seus privilégios: expulsão dos indígenas de suas terras, a escravidão, o controle das terras como poder e outras estratégias para impedir o acesso amplo e democrático à terra pelos pobres, pelos trabalhadores, pelos escravos. Tudo isso levou à urbanização forçada.

“Nossa luta continua atual, e se faz no campo e nos territórios urbanos. Populações periféricas, das favelas, não têm acesso à infraestrutura, vivem em bolsões com problemas insuportáveis do ponto de vista ambiental. E a falta da reforma agrária está ligada a esses problemas”, explicou.

De acordo com Zavaski, hoje o MST tem 480 mil famílias assentadas, 80 mil acampadas e 150 cooperativas. É, há anos, o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. O Movimento é também atuante em questões fundamentais para a sobrevivência da sociedade, como o debate sobre a alimentação saudável e a solidariedade às populações vulneráveis. Durante a pandemia, o MST participou, com parceiros dos movimentos sociais e populares, da montagem de cozinhas solidárias e comunitárias para distribuição de marmitex a comunidades econômica e socialmente vulneráveis, sobretudo moradores de rua. As cozinhas continuam na ativa.

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