O jogador de futebol Amir Nasr Azadani foi condenado à morte e pode ser enforcado por participar dos protestos pelos direitos das mulheres no Irã.
Nos últimos meses, uma onda de grandes manifestações tem agitado o país - os atos ocorrem em oposição ao regime do líder supremo, Ali Khamenei.
Os protestos começaram após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos. Familiares dizem que ela foi morta por policiais depois de ser presa porque não estava com os cabelos totalmente cobertos.
Com o crescimento dos protestos a favor dos direitos das mulheres, artistas famosos do Irã e jogadores de futebol se juntaram às manifestações.
A seleção de futebol do Irã recentemente se recusou a cantar o hino nacional durante um jogo contra a Inglaterra na Copa do Mundo do Qatar.
Por outro lado, o governo iraniano tem condenado à prisão e até à morte algumas pessoas que participaram dos protestos.
O jogador Amir Nasr-Azadani, que já passou por times como Rah-Ahan, Tractor e Gol-e Rayhan, hoje joga pelo Iranjavan, do Irã. Ele corre o risco de ser executado em breve.
Segundo a mídia local, Azadani foi acusado de traição e de ser um dos responsáveis pela morte de três agentes de segurança durante um protesto em 16 de novembro.
O jogador também foi acusado pelo governo de participar de um "grupo armado e organizado" que teria como objetivo "atacar a República Islâmica do Irã".
Na noite de segunda-feira, o sindicato global de jogadores de futebol Fifpro disse estar "chocado e enojado" por Azadani estar enfrentando uma possível sentença de morte "depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdade em seu país".
O governo do Irã tem reagido às manifestações com um acirramento da repressão.
Os tribunais da capital do Irã condenaram pelo menos 400 pessoas presas durante os protestos. As penas de prisão vão até 10 anos.
Segundo o procurador-geral do Irã, Ali Alqasimehr, 160 "desordeiros" foram condenados a penas entre cinco e 10 anos, 80 entre dois e cinco anos e 160 a dois anos. A informação foi divulgada pela agência de notícias Mizan.
Outras 70 pessoas foram multadas, acrescentou Ali Alqasimehr, sem fornecer detalhes.
O relato ocorre um dia depois que as autoridades executaram um segundo homem condenado pelos distúrbios.
Fonte BBC News Brasil