Em matéria publicada no jornal Hoje em Dia, em 28/08/2019, o governador Romeu Zema diz agora que a privatização da Cemig e outras estatais pode ocorrer no segundo semestre de 2020 ou até 2021. O que ele não diz é sobre as dificuldades em sua relação com a ALMG, com a falta de diálogo com os deputados estaduais, e nem que grande parte dos parlamentares é contra vender a Cemig. Tampouco admite as dificuldades que a Constituição Estadual coloca: para vender, é preciso, além do voto de três quintos dos deputados, a realização de um referendo popular para ouvir a população se esta é contra ou a favor da venda. E assume que está vendendo todo o patrimônio da Cemig que não precisa passar pelo crivo da Assembleia Legislativa.
A categoria eletricitária continua na luta contra a privatização. É uma insensatez de Romeu Zema dizer que a conta de luz vai reduzir. Pelo contrário. As privatizações de empresas do setor elétrico privatizadas no governo Temer provaram que o preço da energia subiu abusivamente e os apagões tornaram-se diários. O caso mais grave é da Celg, em Goiás. Lá, a população já não aguenta mais os apagões e cobra do governo estadual a reestatização da Celg.
Confira abaixo a matéria:
Privatizações da Cemig, Copasa e Gasmig devem ficar para os próximos anos, diz Zema
Segundo Zema, em mãos privadas, a Cemig poderá ofertar mais energia e tem perspectivas de reduzir os preços no médio e longo prazo
As privatizações da Cemig, da Copasa e da Gasmig devem ficar para o segundo semestre do ano que vem, ou até para 2021. A declaração foi feita pelo governador Romeu Zema (Novo) à Agência Estado, durante o Latam Retail Show, maior evento de varejo da América Latina, realizado na semana passada, em São Paulo.
"Já fizemos diluição do nosso controle na Light e temos, em breve, Taesa, Belo Monte, Santo Antônio, Renova. Todas as que não dependem de aprovação da Assembleia, já estamos preparando para serem privatizadas ainda este ano. Vamos vender o que a Cemig tem de participação. Agora, privatização mesmo da Cemig, da Copasa, da Gasmig, que dependem de aprovação na Assembleia, provavelmente serão feitas no segundo semestre do ano que vem, ou em 2021. Será um processo mais lento, inclusive pelo porte dessas empresas", disse o governador de Minas.
A proposta de privatização da Cemig e da Copasa fazem parte do plano de recuperação fiscal do Estado, que, segundo Zema, deve ser apresentado à Assembleia entre os dias 10 e 20 de setembro. Segundo Zema, em mãos privadas, a Cemig poderá ofertar mais energia e tem perspectivas de reduzir os preços no médio e longo prazo.
Zema reforçou a importância de um trabalho junto à população de conscientização sobre os prós e os contras da privatização da Cemig e afirmou ter certeza de que as pessoas optarão pelo caminho sugerido pelo governo. "A Cemig foi drenada nos últimos anos e, mesmo que nós voltemos a reinvestir o resultado dela, o que já estamos fazendo, é insuficiente. A privatização não é uma questão ideológica, mas de puro bom senso", afirmou.
R$ 3 bilhões
O presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Cledorvino Belini, esteve em Nova York, nos Estados Unidos, na terça-feira (27), e comemorou junto aos acionistas da empresa o lucro de quase R$ 3 bilhões. Lá, ele afirmou que espera que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprove a privatização da companhia energética até o fim deste ano.
Fonte: Hoje em Dia, com Estadão