Como é o país que você vê na mídia? E como é o Brasil visto pelos
brasileiros?
Bem, parecem dois países diferentes.
Acaba de sair uma pesquisa mundial do instituto Gallup, em associação
com a empresa americana de bem estar Healthways.
Foram ouvidas pessoas de 135 países, com o objetivo de avaliar o grau de
satisfação delas. As entrevistas focavam em aspectos vitais da vida de
cada um de nós: de dinheiro a saúde, das relações sociais ao encaixe na
comunidade.
O Brasil ficou em quinto lugar.
É uma posição excepcional. Nas piores colocações você encontra países em
guerra, como Iraque e Afeganistão.
Isto significa que o brasileiro está feliz. É feliz. É otimista. Gosta
de seu país e de sua vida, e acha que as coisas vão melhorar.
Não preciso dizer que este levantamento foi virtualmente ignorado pela
imprensa brasileira. O único lugar em que o vi – além do próprio DCM –
foi no site da Exame.
Compare o brasileiro tal como é apresentado pela mídia com este que
emergiu da pesquisa.
O BM – chamemos assim o Brasileiro da Mídia – é um sujeito atormentado,
neurótico, infeliz, revoltado. Tem ódio do seu país, e desprezo pelos
seus conterrâneos. Sente vergonha de dizer que é brasileiro no exterior.
Ele pode ser personificado em Jabor, numa referência masculina, ou em
Rachel Sheherazade, numa referência feminina.
Agora examinemos o BV, o Brasileiro de Verdade. É aquele que os
estrangeiros encontraram nas ruas, na Copa do Mundo. Afável, sorridente,
bem humorado, gentil. De bem com a vida, de um modo geral.
O BV é a negação do BM.
Um desses dois brasileiros não faz sentido, e você pode bem imaginar
qual.
O que está por trás do retrato grotescamente distorcido do Brasil e dos
brasileiros feito por jornais, revistas, telejornais etc?
É o pavor de que, mostrando o brasileiro médio como um sujeito feliz,
você esteja promovendo, indiretamente, o PT.
É um pensamento de brutal obtusidade.
O BV, o Brasileiro de Verdade, tem um caso de amor não com este partido
ou aquele – mas com o Brasil.
Pode mudar o partido no Planalto que a alegria que está na alma do
brasileiro permanecerá.
Compare o BM com as palavras ditas e escritas por Jabor. Num artigo
rescente publicado no Globo, ele escreveu: “Hoje, sabemos que somos parte
da secular estupidez do país. Assumir nossa doença talvez seja o início
da sabedoria.”
“Nossa doença”?
Jabor deveria olhar para o espelho ao formular este tipo de pensamento.
Ele é um infeliz, um amargurado, um derrotado.
Um BM, em suma.
O BV, como mostra a pesquisa do Gallup, e como todos nós sabemos por
experiência própria, é o oposto de Jabor.