O Brasil está de luto!



O Brasil está de luto!

Apesar das inúmeras manifestações da população, de movimentos sociais e sindicais, das igrejas, de especialistas e formadores de opinião, o Senado Federal aprovou na noite de terça-feira, 11, a famigerada Reforma Trabalhista.

A aprovação foi um duro golpe contra os direitos dos trabalhadores e uma verdadeira sentença de morte para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O governo ilegítimo de Michel Temer, fragilizado pela aprovação do parecer que denuncia o presidente por práticas de corrupção, jogou pesado para aprovar a reforma, com a liberação de verbas, compra de votos e pressão através da demissão de cargos indicados por políticos e partidos da base aliada.

Nunca na história do país tivemos um Congresso e um Senado tão avessos ao clamor das ruas e com grande parte dos parlamentares atolados em denúncias de corrupção.
Que moral tem um governo golpista e senadores como Aécio Neves e Antônio Anastasia, do PSDB, e Zezé Perrella (PMDB), envolvidos em transações suspeitas e acusados de corrupção ativa e passiva, para implantar uma nova legislação trabalhista?

As novas regras trabalhistas foram construídas a portas fechadas, durante o golpe do impeachment, para retirar direitos e isolar os trabalhadores da proteção dos sindicatos e da Justiça do Trabalho. À classe trabalhadora brasileira, não resta outra saída senão ocupar as ruas e fortalecer a luta em defesa do povo.

Ninguém vai esquecer

Nos bancos, no metrô, na Cemig, nas ruas e escolas, não se fala em outra coisa que não seja a Reforma Trabalhista. Junto com esse ataque aos direitos dos trabalhadores, outro fato ocorrido na terça-feira (11) ficou registrado na história. Seis senadoras, mulheres, corajosas e defensoras dos direitos da sociedade e dos trabalhadores, tentaram, sozinhas, o que centenas de homens fracos, omissos ou coniventes não foram capazes de fazer: impedir a destruição da Consolidação das Leis do Trabalho.

Massacradas no plenário por senadores a serviço dos grandes empresários por denunciar o desmonte da CLT e o fim de garantias básicas como o limite de 8 horas diárias de trabalho, a proteção da saúde das grávidas e lactantes, as senadoras que representam os trabalhadores também foram humilhadas pela imprensa.

A grande mídia deturpou o gesto heroico e as acusou, levianamente e sem direito de resposta, de autoritarismo, quebra do “decoro parlamentar” ,entre outros.

Para as mulheres do nosso país e para toda a classe trabalhadora, o dia de ontem constitui um novo 8 de março que constrangeu, sangrou e humilhou quem teve coragem de denunciar a exploração que já traz de volta a fome para quem trabalha de sol a sol. Basta querer enxergar para ver como o povo brasileiro, vítima da política inescrupulosa de ataque aos direitos instalada depois do golpe.

Se na terça-feira o dia foi de luto, não nos resta um amanhã que não seja na luta!

item-0
item-1
item-2
item-3