Com o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas em patamar inferior ao de 2001, ano do racionamento, o governo precisou lançar mão de um arsenal de medidas para garantir o fornecimento de energia durante a estiagem. Nesta semana, o país começará a importar energia da Argentina.
As usinas termelétricas, que têm custo de geração maior, operam a plena carga, e a entrada, no sistema, de mais energia gerada pela usina de Belo Monte foi antecipada de março de 2018 para janeiro. Além do reforço na produção, as distribuidoras pretendem lançar, em novembro, uma campanha para estimular o consumo racional. Com esse esforço concentrado, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Fernando Barata, garantiu ao GLOBO que não há risco de desabastecimento de energia.
Confirmadas as expectativas do órgão, 2017 terá o outubro com menor nível nas barragens desde o início da série histórica do órgão, em 2000. Segundo Barata, como o período de chuvas só deve começar em meados de novembro, a expectativa é que o país chegue ao próximo mês a um nível de 15% nos reservatórios do Sudeste.
Segundo a consultoria Thymos Energia, no último dia 17, o nível médio dos reservatórios era de 20% contra 34% no mesmo dia em 2015 e 26,5% em 2014, anos em que o país enfrentou forte estiagem. Mesmo em 2001, ano do racionamento, os reservatórios estavam em patamar superior: 23%.
— A situação está crítica. Não vai se tomar qualquer decisão sobre um racionamento até o fim do período de chuvas, em abril, mas diria que estamos mais perto do que ontem. Por isso, estão adotando ações como campanha para redução do consumo. Teria que chover muito mesmo para recuperar o nível dos reservatórios — destacou João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia.
Fonte: Brasil 247, com informaçoes de reportagem de Ramona Ordoñez e Manoel Ventura, em O Globo