Novos conselheiros atentos



Novos conselheiros atentos

O Sindicato é contra toda e qualquer retirada de direitos da categoria eletricitária e avalia: ataque ao nosso plano de saúde é mais uma medida para adequar a Cemig ao mercado e privatizar

Os novos conselheiros eleitos para a Cemig Saúde, com o apoio do Sindieletro e da ABCF (Associação dos Beneficiários da Cemig Saúde e Forluz), conseguiram adiar, pela segunda vez, a reunião de votação do corte de 201 procedimentos do plano de saúde. Esse novo prazo vai permitir entender melhor o processo, com o auxílio técnico necessário de profissionais e das entidades que apoiam os conselheiros.

 No dia 05 de agosto, na primeira reunião após a posse dos novos conselheiros, já foi apresentada a proposta de retirada dos 201 procedimentos. Proposta que já vinha sendo debatida no Conselho Deliberativo da Cemig Saúde Os recém-empossados alegaram que era preciso adiar a pauta, uma vez que era preciso debater mais profundamente o assunto. Eles cobraram, inclusive, que o plano de saúde contratasse uma consultoria técnica independente para dar suporte na tomada de decisão dos conselheiros.  A pauta foi adiada para a reunião do dia 21 de outubro, mas a contratação da consultoria foi negada.

Diante da recusa, o Sindieletro e a ABCF decidiram contratar a consultoria para dar aos conselheiros todas as informações necessárias sobre a natureza dos procedimentos a serem cortados e outras questões de cunho técnico. Chegou a reunião do dia 21 de outubro e, pela gravidade do assunto e sua complexidade, mostrou-se necessário mais tempo para análise dos estudos levantados e seus impactos.  Assim, a pedido, a pauta foi novamente adiada para a reunião do dia 16 de dezembro.

Adiar essa pauta foi muito importante para defender os interesses dos participantes, ativos e aposentados. Os conselheiros recentemente eleitos não fizeram mais do que cumprir alguns dos compromissos que assumiram na campanha das eleições na Cemig Saúde, entre eles, não decidir nada sem os devidos esclarecimentos dos assuntos tratados no Conselho Deliberativo e sempre considerar a vontade e os interesses dos beneficiários.

É importante lembrar que os direitos consolidados no plano de saúde foram conquistados há décadas, com muita luta. Negociamos acordos coletivos específicos para o plano de saúde (e Forluz, também), e não aceitamos, nunca, a retirada de conquistas.

Cortes e tentativa de privatização

O coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, destaca que as alterações nos procedimentos da Cemig Saúde que ocorreram antes dos nossos conselheiros serem eleitos e assumirem, bem como as mudanças que estão sendo propostas pela patrocinadora neste momento têm sido tema de grande relevância para nós, trabalhadores e trabalhadoras da empresa. E, agora, reafirmamos, primeiramente, o compromisso dos conselheiros eleitos na defesa dos direitos dos beneficiários/participantes da Cemig Saúde e Forluz.

Ainda de acordo com Jefferson Silva, os ataques que o governo Zema tem feito ao nosso plano de saúde, através da gestão da Cemig, patrocinadora da Cemig Saúde, estão vinculados diretamente ao desejo do governador de tentar privatizar a empresa. “Estão buscando formas de redução do custo da Cemig para torná-la mais atrativa à venda ao mercado privado, rentista e internacional”, avalia.

O coordenador lembra que, em quase dois anos de governo Zema, todas as medidas de gestão realizadas têm como objetivo único reduzir os custos. Assim foi com o fechamento de cerca de 50 localidades em todo Estado de Minas Gerais, no fechamento da base operacional São Gabriel, na desativação da usina termoelétrica de Igarapé, na reestruturação que reduziu em mais de 20% os cargos de gestão na empresa, no ataque aos direitos dos trabalhadores nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho e na negociação da PLR.

Agora, na pandemia, tentam se apropriar das condições da crise sanitária do coronavírus para fazer caixa, inclusive com a realização de programa de desligamento voluntário em um momento em que é necessária a mobilização de trabalhadores no combate à covid-19. Ainda, impuseram a postergação do pagamento da PLR e usufruíram de políticas advindas do governo federal direcionadas ao setor elétrico, como por exemplo, a Conta Covid. “É uma estratégia que muito interessa ao mercado, focada na capacidade de receita e margem de lucro da empresa!”

Jefferson Silva critica também que, junto com as demais medidas, “agora vem o ataque ao nosso plano de saúde como complementação da estratégia de redução de custo da Cemig para torná-la mais atrativa à privatização”.

Jefferson dá mais um recado: Nós, Sindieletro, repudiamos um governo que acaba de chegar e, em dois anos, quer destruir toda uma história de 69 anos construída e consolidada por nossa importante e valorosa categoria. Estamos em luta contra toda e qualquer tentativa de retirada de direitos da categoria eletricitária.

E nossa luta continua!

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