Na última terça-feira (06/09), a Cemig convidou os trabalhadores para falar de premissas e critérios do novo Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR). De concreto mesmo, a Cemig só informou que o plano de cargos e carreiras tem novo nome e que será implantado em outubro de 2017.
Invertendo a ordem natural do diálogo, a Cemig se reuniu com os sindicatos para a apresentação das premissas do plano somente à tarde, depois que o plano, elaborado pela consultoria Rhumo, já havia sido divulgado na casa.
Durante a reunião, foram realizados diversos questionamentos para os representantes da mesa, como o descumprimento do Extra Acordo assinado em 29de janeiro deste ano, que prevê “transparência na elaboração e aplicação da política salarial junto aos empregados”. Além de atropelar o debate, na reunião, a Cemig não apresentou nenhum calendário de reuniões com o Sindieletro para continuar as discussões.
Frustração geral dos trabalhadores
Após a apresentação do processo de construção do PCCR, na Sede, houve debate e muitos trabalhadores reclamaram, sobretudo, quando uma representante do RH informou que até a implantação do novo Plano, fica valendo o atual PCR.
Os eletricitários questionaram os critérios para a definição da tabela salarial, se a avaliação de desempenho deste ano vai ter resultado justo, sobre a valorização das carreiras, se os sindicatos serão ouvidos e vão poder colaborar com o novo Plano. Também foi perguntado se os casos de desvio de função serão solucionados, se a Cemig vai usar o PCCR para tirar periculosidade de quem tem esse direito, e se finalmente, os trabalhadores mais jovens vão ter perspectiva para a carreira ao longo do tempo, e também, se os mais antigos também terão possibilidades de melhoras.
Viagem perdida
A consultoria disse não ter condições de responder à todos os questionamentos, e os representantes do RH não apresentaram respostas que sanassem as frustrações. Muitos trabalhadores deixaram o auditório, quando perceberam que não haveria respostas concretas paraquase nada. “Vai ser duro esperar 2017 para ter uma perspectiva no Plano. Mesmo assim, penso que muitos ficarão insatisfeitos”, disse um trabalhador. Outro eletricitário reclamou que “foi viagem perdida” comparecer ao auditório e ver a apresentação. Alguns comentaram que foi decepção geral saber que vão continuar os desvios de função, as diferenças salariais injustas e o apadrinhamento de trabalhadores por gerentes na avaliação de desempenho.
Desenroooooooooooooola Cemig!
Uma das conquistas da nossa greve de 54 dias foi o acordo com a Cemig para construir o plano com a participação dos sindicatos e com a garantia da adoção de práticas salariais adequadas e justas. Também foi acertado que o plano será feito com total transparência, tanto na sua construção quanto na política de valorização de pessoal.
No acordo assinado, a Cemig se comprometeu, por exemplo, em definir critérios para a elaboração e revisão das tabelas salariais; atenção especial com os cargos que exponham trabalhadores ao risco elétrico; solução para as situações de desvio de função, com equiparação salarial; critérios transparentes para a progressão horizontal e vertical e aprimorar a política de provimento, de forma permanente, utilizando os processos de mobilidade, seleção interna e concurso público. O Sindieletro espera que os presentes à mesa, avaliem as críticas e sugestões apresentadas, e que a Cemig construa um PCCR que atenda as expectativas da categoria.