Recentemente, o presidente da Cemig, Bernardo Salomão, comunicou aos sindicatos a pretensão da Cemig de privatizar as usinas de Jaguara, Miranda, Volta Grande e São Simão. Para leiloar esses ativos no mercado, a Cemig precisaria praticamente de revogar uma das principais conquistas dos eletricitários e do povo mineiro: a PEC 50. Nela, fica assegurado, pela Constituição de Minas Gerais, que empresas públicas mineiras não podem ser privatizadas sem a anuência da população, via referendo popular, e sem três quintos de votos na Assembleia Legislativa (ALMG).
Pimentel havia assumido compromissos de realização de concurso público na Cemig, reestruturação das relações de trabalho na empresa, que não haveria mais discriminação dos trabalhadores por idade (55 anos) e que a privatização não teria guarita em sua gestão.
Entretanto, depois de dois anos de governo, o cenário na Cemig continua preocupante, com demissões, terceirização e nada de concurso público, continuidade da péssima qualidade na prestação de serviços (colocando em risco a concessão da Cemig D) e, agora, a volta do fantasma da Privatização. A categoria deve se preparar para mais este embate. Não aceitamos Privatização na Cemig. O Sindieletro vai pôr o pé no toco!
Demissões
Este ano, mais de 25 trabalhadores foram demitidos pela Cemig. Os companheiros e companheiras fazem parte do grupo de eletricitários que já haviam sido demitidos em junho de 2016. Na época, a Cemig passou o facão de forma covarde e discriminatória contra os trabalhadores que atingiram 55 anos de idade (homem) e 50 anos (mulheres).
Contudo, o ataque patronal foi contido por três liminares conquistadas pelo Sindieletro, de três desembargadores diferentes do TRT, contra as demissões arbitrárias. Já no final de 2016 o TRT decidiu não julgar o mérito das demissões e a liminar perdeu o efeito. Agora, novamente a gestão da Cemig volta a demitir os trabalhadores.
O Sindieletro já preparou as ações individuais e lutará até o fim para recuperar o emprego de todos. Já a gestão da Cemig não mede esforços para fazer o contrário: impor perdas e constrangimento a quem dedicou uma vida de serviços à empresa.
Na gestão Pimentel, além de demitir a empresa está cobrando, de parte dos demitidos, a devolução de todos os salários recebidos desde julho de 2016. Na época, por decisão da própria empresa, partes dos trabalhadores protegidos pela liminar contra as demissões foram mandados para casa recebendo seus respectivos pagamentos no período.
Agora, a empresa quer os salários de volta. As rescisões contratuais desses eletricitários (as) ficaram negativas devido à má fé praticada pela empresa. Isso é revoltante e não será tolerado por nós de forma alguma. Como se vê, a gestão Pimentel não faz nenhum esforço político para cumprir a palavra de não discriminar e demitir os trabalhadores por questão de idade, mas fez de tudo para recontratar o ex-diretor Márcio Serrano. Recentemente exonerado, ele está de volta no andar superior da empresa, agora como ad nutum.