Nossa luta vale a pena: Sindicato e colegas celebram retorno de trabalhador demitido por perseguição em Itutinga



Nossa luta vale a pena: Sindicato e colegas celebram retorno de trabalhador demitido por perseguição em Itutinga

Na quinta-feira (20), o Sindieletro e companheiros do trabalhador André Jean o recepcionaram em seu retorno à empresa, na usina de Itutinga, na regional Mantiqueira. O técnico de operação havia sido demitido após sindicância aberta pela gestão da Cemig – para o Sindieletro, uma ferramenta de perseguição aos trabalhadores – que apontou denúncia anônima sem nenhuma comprovação. Após ação individual movida pelo departamento jurídico do Sindieletro, a Justiça do Trabalho determinou a volta de André Jean.

Entre a demissão em maio de 2022 e a reintegração agora, o trabalhador, que soma 17 anos na Cemig, nos relata o sofrimento causado na família pela demissão injusta. “Não desejo a ninguém passar pelo que passei. Minha esposa e meu filho mais velho estavam em tratamento, e do dia para noite me foi cortado meu plano de saúde. Tivemos que interromper o tratamento”, conta.

André é o único provedor de renda da família e teve que restringir as atividades do dia a dia: “Meu filho fazia o esporte que era a vida dele, a natação, e tive que cortar. Ver meu filho acordar para ir nadar e eu falar ‘não vamos mais, meu filho, o papai não tem como pagar a mensalidade’, e ver ele com seus olhinhos cheios d’água dizer ‘tá bom, papai...’. Isso corta o coração”.

Além da questão financeira, a acusação sem fundamento também trouxe dor ao nosso companheiro. “Sem plano de saúde, sem salário, sem o ticket, sem nada. Sem até minha dignidade, pois em cidade pequena cada um inventa uma história diferente. Eu não tinha ânimo para sair na rua, de vergonha. Era dormir e acordar com esse sentimento de estar pagando por uma coisa que não fiz. Me corroía dia e noite”, relembra.

Agora, com a volta ao trabalho, André pode continuar sua jornada sem o peso das falsas acusações e com o apoio de colegas e família. “Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado forças para suportar desde o primeiro momento do ocorrido até hoje. Agradeço muito a minha família, que sempre esteve ao meu lado e sempre acreditou em mim. Nos dias de angústia, que não foram poucos, minha esposa e meus filhos sempre me trataram com um carinho grandioso. Graças a Deus, a verdade venceu!”, comemora.

O Sindieletro não poderia deixar de comemorar a volta de um parceiro que foi vítima de perseguição pela gestão e teve seu merecido retorno. André foi recebido com muita festa e alegria por seus colegas. “Em um momento de gestão tão sombria na Cemig, é necessário celebrar o acontecido e lembrar à toda a categoria: a nossa luta vale a pena!”, avisa o coordenador da regional Mantiqueira, Fábio Parreira.

 

 

Fica o recado: não aceitaremos perseguições e lutaremos contra toda arbitrariedade na Cemig. Por mais que André e tantos outros trabalhadores sejam reintegrados e conquistem seus empregos de volta, os impactos na saúde mental e no ambiente familiar são indeléveis. Nossa luta é para que o respeito ao trabalhador se antecipe a qualquer medida que vise perseguir ou detratar a força de trabalho na Cemig.

Cemig: esse “trem” é nosso!

 

Justiça manda Cemig reintegrar, pagar retroativos e indenização

André Jean foi demitido por justa causa após sindicância aberta pela gestão da Cemig, por conta de denúncia anônima sobre uso indevido de veículo da empresa. O Sindieletro entrou com ação individual na Justiça do Trabalho e, no dia cinco de julho, a juíza substituta da Vara de Trabalho de Lavras, Samantha da Silva Hassen Borges, decidiu pela reintegração por falta de provas.

Na sentença, a juíza anulou a demissão por justa causa e determinou a reintegração com o pagamento retroativo de todos os direitos do trabalhador (salários, FGTS, INSS, férias, horas-extras, Forluz e plano de saúde, entre outros direitos). O trabalhador também obteve indenização de 10 mil reais por danos morais. Na sentença, a juíza fez uma advertência à gestão da Cemig sobre eventual discriminação e retaliação do trabalhador.

O Sindieletro sempre denunciou que as famigeradas sindicâncias são instauradas para perseguir e demitir trabalhadores. O trabalhador, quando demitido, em maio de 2022, não tinha sequer advertência apontando que deixou de realizar suas tarefas, além de acumular boas avaliações de desempenho.

 

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