Nossa luta em defesa das estatais e pelo referendo continua!



Nossa luta em defesa das estatais e pelo referendo continua!

O Sindieletro tem organizado a luta contra a privatização da Cemig, Copasa, Gasmig e Codemig junto ao Sindágua – sindicato que representa os trabalhadores da Copasa –, outros sindicatos, movimentos sociais e populares e mandatos parlamentares. Aconteceu no último sábado (23) o Encontro de Formação em Defesa das Estatais Mineiras e a plenária regional do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras da região Vale do Aço. As atividades compõem nosso calendário de lutas.

Mais de 120 militantes participaram, entre lideranças e dirigentes das organizações, representando 28 cidades de todas as regiões de Minas Gerais. Importante ressaltar a generosa contribuição do MST, que abriu as portas (ou a porteira!) do acampamento Pátria Livre, localizado no município de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, para a realização dessa atividade. O Movimento Sem Terra garantiu também a alimentação, com café da manhã, almoço, lanche da tarde e janta, tudo feito com muita dedicação e carinho pelas companheiras e companheiros do movimento que doaram generosamente os produtos da reforma agrária. Foi um dia muito especial na nossa luta. Nossos corpos alimentados por produtos sem agrotóxicos e a nossas convicções alimentadas pelo encontro realizado nesse lugar que respira luta!

Abrimos os trabalhos com análise de conjuntura pela manhã. Luiz Siqueira, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), e Ana Carolina Vasconcelos, do Movimento Brasil Popular, apontaram elementos da geopolítica internacional e os aspectos que refletem no Brasil e em Minas Gerais. Estatais internacionais comprando ativos do setor elétrico brasileiro, ao exemplo das usinas da Cemig (São Simão, Miranda, Jaguara e Nova Ponte) vendidas para empresas dos governos chinês, italiano e francês, e a flexibilização do governo Zema para ampliação da lavra minerária no estado revelam uma relação de interesses do capital que coloca em risco a soberania popular, com a perda do controle das águas e dos minerais para o capital privado.

Na parte da tarde, o secretário geral do Sindieletro, Jefferson Silva, e o diretor de formação e educação do Sindágua, Adilson Ramos, apresentaram os elementos que subsidiam nossa narrativa em defesa das estatais mineiras. Foi colocada, sobretudo, a experiência vivida nas privatizações de empresas do setor elétrico e de saneamento no Brasil e no mundo. A precarização da prestação de serviços, o aumento das tarifas, a perda do controle sobre a gestão das águas e da soberania foram apontados como resultados das privatizações.

No final da tarde, Frederico Santana apresentou o plebiscito popular como instrumento de luta para mobilização social na luta contra as privatizações. Contextualizando a diferença entre referendo, plebiscito e plebiscito popular: o primeiro visa a consulta à população após uma decisão já tomada, para ser referendada. O plebiscito consulta a população previamente à tomada de decisão. Já o plebiscito popular é legítimo, legal e faz parte da construção da democracia, mas é organizado pelo povo e exerce pressão política e social, permitindo que a população expresse sua vontade política.

Nesse mesmo dia, o coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada, participou da plenária regional do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras (PT) da região do Vale do Aço. Participaram do debate mais de 50 lideranças e militantes do PT. Na oportunidade, nosso coordenador contextualizou a proposta de emenda constitucional de Zema, que reivindica retirar da Constituição Mineira o referendo popular e propõe a redução do quórum qualificado para quórum simples na votação pela privatização da Cemig, Copasa e Gasmig. Emerson apresentou o plano de luta construído com o campo popular e articulou a construção da luta em defesas das estatais na região.

Privatizar não é a solução! Em defesa das estatais de Minas Gerais

Cemig: esse”trem” é nosso!

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