No AR: Alvorada sonega direitos e não fornece nem gasolina para o trabalho



No AR: Alvorada sonega direitos e não fornece nem gasolina para o trabalho

Após denunciarmos, há pouco mais de uma semana, a situação irregular de atrasos de salários e descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho na AFK Helena Batista – situação que, inclusive, foi resolvida –, chega até nós outra denúncia com características semelhantes. Os trabalhadores da Alvorada Conservação e Limpeza, terceirizada que presta serviços para a Cemig no Anel Rodoviário, também estão passando por uma rotina de desrespeito desde 2019.

De acordo com relatos, o 13º não foi depositado até hoje. Todos os meses o pagamento do salário é realizado com atraso – o de fevereiro foi creditado apenas no dia 19. Por lei, os vencimentos de férias devem ser pagos até dois dias antes da data marcada, mas o pagamento está caindo após dez dias de férias ou mais. Além disso, já é o segundo mês que os funcionários ficam sem o Ticket Alimentação.

Os trabalhadores também denunciam a infração de acordos firmados na Convenção Coletiva: O salário, por exemplo, recebeu um reajuste de 4,48% a partir do dia 1º de janeiro. No entanto, a diferença não foi paga no salário de fevereiro. O ticket, que seria de R$21,66 por dia, está sendo pago a R$16. Também há problemas com o transporte: os funcionários estão tirando do bolso para chegar ao serviço, já que a passagem também só foi depositada no dia 19.

Conversamos com um trabalhador que explicou o clima de incerteza que paira na empresa: “O contracheque chega e se você não assinar, não vai receber. Nós estamos com medo e acabamos assinando. Mas o que muda? Trabalhamos para receber no quinto dia útil e recebemos no final do mês”, conta. Segundo fontes, tem trabalhador voltando de férias no início de março que só recebeu os vencimentos na última sexta-feira (28).

Problemas dentro da Cemig obviamente afetam a população, que acaba não recebendo o atendimento adequado. A situação chegou ao absurdo: funcionários não estão atendendo chamados externos por não ter gasolina para abastecer os carros. “Nós trabalhamos no Anel Rodoviário, e quando recebemos um alarme, vamos para a subestação Pampulha atender. Todo dia temos cerca de três visitas por lá, pois um muro caiu no período de chuvas. No entanto, quando fomos ao posto de gasolina, nos informaram que existe uma dívida não paga. Desde quarta-feira (4), não conseguimos sair do AR para trabalhar”, nos conta o trabalhador.

“Não sabemos mais o que fazer. Tem gente aqui que tem 11 anos de empresa. Se decretam falência, o que acontecerá conosco? Ninguém explica o que está acontecendo”. Procuramos o contato da empresa, mas nenhum telefone disponível atende. Em conversa conosco por telefone, Brunno Viana, gerente de Relações Trabalhistas e Internas da Cemig, afirmou que não tem conhecimento sobre o caso e vai apurar a situação. Enviamos email com todas as informações, mas até o fechamento deste informativo, não recebemos retorno.

O clima na empresa é de constrangimento e medo. O Sindieletro reivindica a rápida resolução dos problemas apresentados e o respeito aos trabalhadores e ao Acordo Coletivo de Trabalho assinado. Acompanharemos a situação junto aos trabalhadores.

 

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