Não há trégua na luta da categoria eletricitária contra a privatização e fechamento de localidades da Cemig. Na sexta, dia 06 de setembro, o Sindieletro realizou ato não São Gabriel em protesto contra o fechamento do local, uma importante base operacional que a Cemig, a mando do governador Romeu Zema, já anunciou a desativação para vender o prédio. Nesta segunda-feira, 09 de setembro, a manhã começou com ato unificado no Anel Rodoviário. Não só com a participação do Sindieletro, mas de várias entidades sindicais, como o Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) e o Sind-UTE (Sindicato dos Trabalhadores da Educação). A CUT Minas e deputados que apoiam a luta dos eletricitários também foram para o ato no AR.
Infelizmente, nesta segunda os trabalhadores do São Gabriel foram transferidos para o AR. Mas no ato ficou mais que comprovado: ninguém solta a mão de ninguém. A transferência ocorreu, mas a luta continua. Resistência total para a manutençao das bases operacionais da Cemig e contra a privatização!
O projeto do governador Romeu Zema segue a todo vapor: fechar bases operacionais da Cemig, sucatear ainda mais os serviços e sair por aí fazendo discurso de que a empresa precisa ser privatizada porque é ineficiente. Este ano foram fechadas 54 bases operacionais da Cemig.
Nada intimida os trabalhadores para a luta. Durante o ato no AR, a PM foi chamada e tentou reprimir o movimento, exigindo a retirada do caminhão de som. Mas os dirigentes sindicais conversaram com a Polícia e evitaram o confronto da PM contra os trabalhadores.
O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, lembrou que o Sindicato sempre negociou as atividades sindicais nos locais de trabalho, mas a atual gestão da empresa trata o movimento dos trabalhadores com desrespeito, na tentativa de eliminar as ações sindicais.
Ele lembrou que a categoria eletricitária já conseguiu impedir o fechamento de localidades duas vezes, mas Zema passa por cima das decisões da Cemig que favorecem o povo e impõe, de forma arbitrária, o fechamento de bases operacionais. E o presidente da Cemig, Cledorvino Belini, endossa as vontades e o discurso de Zema, afirmando que o trabalhador da Cemig é muito caro. Eles mentem descaradamente.
O dirigente sindical lembra também que o salário de Bellini é de R$ 85 mil, enquanto o eletricista aprovado recentemente em concurso recebe R$ 1.800. Isso, acrescenta, o Belini não diz. Quem custa mais caro?
Buscamos o diálogo, mas a resposta é o silêncio
Jefferson destaca que o Sindieletro tem buscado o diálogo e a negociação com a Cemig desde junho para impedir o fechamento das bases operacionais, sobretudo a do São Gabriel. Mas a empresa continua respondendo com total silêncio e truculência. “Porém, não ficaremos olhando o Zema rir da sepultura para colocar o trabalhador dentro, com a privatização”, afirmou.
Solidariedade
A coordenadora do Sind-UTE, Denise Romano, assim como sindicalistas de outras entidades, destacou que a participação no ato dos eletricitários é em solidariedade aos trabalhadores do São Gabriel e de toda a Cemig. “A transferência dos eletricitários do São Gabriel para o Anel Rodoviário foi uma manobra de sucateamento da Cemig para privatizar”, avaliou. Ela também alertou que se a empresa for privatizada não existirão acordo coletivo e nem empregos e serviços de qualidade.