Aproveitando a data do Golpe Militar de 1964, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de entidades dos movimentos social e sindical brasileiros, programaram um ato em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia no próximo 31 de março, em Brasília. Haverá ao mesmo tempo manifestações em várias cidades. O Sindieletro, a CUT e a FNU estarão presentes.
“Convocamos o povo brasileiro a defender os direitos que estão ameaçados no Congresso. Defender a Previdência Pública contra a proposta que estabelece idade mínima para aposentadoria. A somar na luta contra privatização da CELG e outras distribuidoras de energia. Combater o PLS 555 (que impõe regras de mercado às estatais) e o PLS 131 (que revê o modelo de partilha do pré-sal em favor das empresas petrolíferas internacionais). Contra o PLC 30 da Terceirização sem limites, que precariza e mata. E continuaremos enfrentando o ajuste fiscal e os cortes nos investimentos sociais”, afirmou o presidente da CUT nacional, Vagner Freitas.
Pelos direitos dos eletricitários e pela democracia
“Não há contradição nenhuma em lutar pela democracia e fazer 54 dias de greve no governo PT, como ocorreu durante a última campanha salarial. Afinal, lutar e fazer greve pelo que temos convicção é praticar a democracia”, destacou o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva.
Ainda segundo o coordenador geral do Sindicato, garantir a democracia é também exercer o direito de voz e o direito de implantar as pautas da classe trabalhadora nos espaços decisórios. “Entendo que o projeto estabelecido pós eleição do governo Dilma é contraditório, pois traz dentro dele propostas neoliberais que prejudicam os trabalhadores”, acrescentou.
Para o Conselho Deliberativo do Sindieletro, “não há dúvida, somos independentes dos patrões e de governos, não pactuamos com práticas políticas conservadoras e golpistas, bem como não aceitamos o ajuste fiscal adotado no âmbito federal e na Cemig, que é extremamente favorável ao ataque do capital aos direitos da classe trabalhadora.”
Golpe não é só contra a democracia
Estamos na eminência de um golpe pelo poder e a classe trabalhadora perde com isso. O que se pretende também é cortar direitos trabalhistas e avanços sociais. A pauta da FIESP é flexibilizar todas as regras para diminuir o custo trabalhista para os grandes empresários, em favor da concentração dos lucros e distribuição dos dividendos. É tirar mais do andar de baixo para entregar para a turma do andar de cima.
Para um dos líderes do MST, Gilmar Mauro, “não dá para misturar as coisas. Somos críticos à orientação da política econômica do governo, mas isso não significa uma autorização para depor a presidente. Ela foi eleita legitimamente”.
“Defendemos a investigação de todas as campanhas, não só de um lado. Os mesmos caixas (empreiteiras) financiaram a campanha de muitos partidos. Não há equidade no processo de apuração”, complementou Nobre.
“Ditadura, a gente já viveu no passado, não podemos ter golpe de novo. Não vamos ser pautados por esses políticos conservadores (pró golpe). Esse pessoal que está insistindo em agravar crise política está prestando um grande desserviço ao país. Um dia, a história vai mostrar isso”, concluiu Gilmar do MST.
Frente em Defesa do Setor Elétrico
No dia 30, de 11 às 13 horas, no Salão Nobre da Câmara Federal, foi lançada a Frente em Defesa do Setor Elétrico. A Frente é uma iniciativa de deputados federais, FNU, CNU, CNE, CUT e sindicatos, como o Sindieletro, contra ameaças de privatização e ataques aos direitos dos trabalhadores(as).