População ainda recebe menos do que brancos que também cursaram universidades. Levantamento é do Instituto Locomotiva
No mês da Consciência Negra, um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Locomotiva mostra que a desigualdade racial no mercado de trabalho ainda é gritante, e se estende por todo o espectro educacional: entre os profissionais com nível superior, quem é negro ganha até 29% menos do que brancos.
De acordo com o levantamento, apenas 6% dos homens negros com mais de 25 anos têm nível superior – entre os homens brancos, o percentual é de 18%. A diferença salarial chega a R$ 2 mil. No caso das mulheres negras, 9% são formadas em universidades, ao passo em que 21% das mulheres brancas se graduaram.
A diferença entre salários é de 27%. O salário médio da mulher negra é R$ 3,7 mil menor do que a remuneração que um homem branco recebe .
Para a pesquisa, o Locomotiva ouviu 2.020 pessoas em cinco regiões brasileiras. “Não estamos falando de nicho ou segmento, mas da maioria da população brasileira, já que 55% dos brasileiros se identificam como negros. A disparidade salarial entre brancos e negros causa um prejuízo de R$ 808 bilhões por ano”, avalia o presidente do instituto, Renato Meirelles.
Racismo
A pesquisa também questionou os entrevistados se eles acreditavam que existe racismo no país: 93% avaliaram que sim, há racismo. Apenas 3% admitiram, contudo, que têm preconceito e não gostaria de conviver com negros. A pesquisa também demonstra que 73% da popula- ção negra já sofreu ataques racistas nas redes sociais.
Jornal Metro