Negociação da PLR



Negociação da PLR

A alta gerência da Cemig sequer ouviu os trabalhadores e já apresenta uma proposta para acordo da PLR que privilegia superintendentes e a diretoria da empresa. A Cemig não apresenta calendário de negociação mas coloca a faca no pescoço do trabalhador para que aprove uma proposta ruim, em tempo recorde. Nesta pressão para o eletricitário pegar ou largar, a empresa não dá chance nem para o eletricitário entender a proposta e suas implicações. Mas o trabalhador entendeu o jogo e, nas assembleias, está rejeitando a proposta que a empresa quer impor, com validade de dois anos.

Legislando em causa própria: Se a proposta de PLR da Cemig fosse aprovada como está, muitos superintendentes iriam receber R$ 320 mil no período de dois anos e os diretores da Cemig receberiam em torno de R$ 400 mil de PLR. Enquanto os ganhos da presidenta da República e do governador têm um teto que é próximo do salário do ministro do STF (R$ 28.059,28), aqui na Cemig os executivos não têm limites e querem ganhar mais e mais.

Superintendentes governam para acionistas: A Cemig não aceita seu papel de empresa pública, que deve dar prioridade aos consumidores. Em seus trabalhadores, então, nem quer pensar. Parece que o acordo é o seguinte: os superintendentes garantem altíssimos dividendos para a Andrade Gutierrez e para os demais acionistas e a PLR milionária deles fica garantida. Basta lembrar que a meta da empresa é garantir R$ 4 bilhões de dividendos para os acionistas.

Os enrolados agora têm pressa: O acordo da PLR deveria ter sido fechado até março de 2013. A Cemig enrolou e agora quer tudo rapidinho, mas é preciso muita calma nessa hora. Em 2011, a empresa dizia que não poderia mais negociar acordo de PLR no final do ano por ter sido notificada pelo INSS por fechar acordo com base em metas já cumpridas. E agora, a menos de três meses do final do ano, dá para negociar? Ou a Cemig mentiu para os trabalhadores ou está enrolando o INSS.

Cheque em branco para seu chefe: Pela proposta que a Cemig quer aprovar, 90% das metas do PTAO vão ser definidas depois, pelas chefias. A regra deles é assim: primeiro assina o acordo de metas no final do ano e depois a gerência define, sozinha, o que cada trabalhador deve cumprir. É por manobras como essas que esses “Super” acham que merecem mais.

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