Entra ano, sai ano, e as empreiteiras da Cemig continuam à vontade para dar calote contra os seus trabalhadores a serviço da estatal. São vários os casos no Estado de empreiteiras deixando os trabalhadores sem os pagamentos de seus direitos trabalhistas. À míngua, largados à própria sorte, muitos com filhos e esposas sem ter o que comer, e com as contas acumulando mês a mês. E a culpa é da Cemig, que sempre falha na fiscalização, demonstrando que perdeu o controle dos seus processos de trabalho há muito tempo.
Neste final de ano, mais um triste exemplo: a Empreiteira Primos, com bases em Abaeté, Piumhi e São Sebastião do Paraíso, na região Oeste, teve o contrato de trabalho encerrado pela Cemig por conta de irregularidades. A empreiteira simplesmente abandonou os trabalhadores à própria sorte, sem pagamento dos salários de novembro e dezembro, 13º salário, hora extra e vale-transporte, entre outros direitos. São pelo menos 70 trabalhadores que atuavam na área de construção e manutenção de rede elétrica a serviço da Cemig.
Cerca de 15 dias antes do Natal, sem um pingo de amor ao próximo, eles foram dispensados e mandados para casa ou para os alojamentos da empresa - estes estavam em péssimas condições, com colchões no chão, sem comida e o pior: com os bolsos vazios. Passaram os dias e a noite de Natal à míngua, vários sem ter o que comer! Pediram socorro ao Sindieletro, que cobrou da Cemig o pagamento dos direitos e, desde então, acompanha a situação dos trabalhadores. O gerente de Relações Trabalhistas e Internas (DPR/RT), Brunno Vianna, informou ao Sindieletro que a Cemig irá assumir algumas das dívidas da terceirizada.
Em conversa com Jairo Amaral, gerente gestor do contrato da região Oeste, a Cemig reterá o pagamento da fatura final à empreiteira e vai quitar alguns direitos dos trabalhadores, pois tudo depende do valor retido. Segundo ele, será pago o salário de novembro e o 13°, ficando a cargo da empreiteira Primos fazer o acerto da rescisão contratual dos trabalhadores. Os encaminhamentos estão com o Jurídico da estatal e dependem de aprovação.
Até o momento, conforme apurou o coordenador da Regional Oeste, Alair Magela, nada ainda foi pago. O coordenador conversou com trabalhadores da empreiteira e os orientou sobre como agir para garantir seus direitos, além de se colocar à disposição para ajudar no que for possível. O Sindicato segue cobrando, insistentemente, da Cemig e da Primos, o pagamento dos direitos trabalhistas o mais rápido possível. Este é o triste caminho da terceirização, infelizmente! Trabalhadores com condições de trabalho precárias e, em grande parte das situações, sem receber os devidos direitos.