Perto do prazo para desocupar a sede da entidade, representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo afirmam que vão resistir para manter o local. O terreno onde fica a sede, no bairro do Tatuapé, zona leste paulistana, foi leiloado recentemente pelo governo estadual.
“É uma atitude vingativa com a categoria. Não é por motivo financeiro que o metrô vendeu a nossa sede”, afirmou um dos coordenadores do sindicato, Wagner Fajardo, em chat realizado na noite da segunda-feira (26). “Nós vamos resistir, como a categoria nos delegou. Não vamos sair assim fácil. Nossa intenção é manter esse patrimônio, que é uma conquista de toda a categoria. Aqui é a nossa casa”, reiterou.
Liminar derrubada
Na semana passada, o governo derrubou liminar que havia sido obtida pelo sindicato e que ampliava para 30 dias o prazo de desocupação. Com isso, esse prazo caiu para cinco dias. Segundo os metroviários, termina na quinta-feira (28), quando os representantes dos trabalhadores pretendem fazer novo ato em defesa da manutenção da sede. Ao mesmo tempo, centrais sindicais articulam uma audiência com o governador paulista, João Doria (PSDB).
O leilão foi realizado em 28 de maio. O terreno foi arrematado pela UNI 28, uma SPE (sociedade de propósito específico), por R$ 14,4 milhões. O sindicato está no local desde os anos 1990. Em 2 de julho, a entidade apresentou denúncia-crime à Polícia Civil, afirmando que houve frustração do caráter competitivo da licitação e apontando associação criminosa processo. Segundo os sindicalistas, uma das diretoras da Ponte Engenharia (empresa que arrematou o imóvel) é casada com o coordenador de gestão de contratos do Metrô.
Campanha e pandemia
O chat de hoje também foi para discutir a campanha salarial. Apesar de terem conseguido manutenção do acordo e reajuste, os coordenadores do sindicato (Fajardo, Altino Prazeres e Camila Lisboa) alertam que a campanha ainda não acabou, porque existe ainda a possibilidade de o Metrô recorrer.
Eles também discutiram a necessidade de manter os cuidados contra a pandemia, pedindo que os metroviários não deixem de se vacinar. Segundo o balanço mais recente da entidade, a empresa teve 1.628 casos confirmados, com 211 afastamentos e 27 óbitos. Durante a conversa virtual, foi anunciada a morte de mais um funcionário dos metroviários de São Paulo, do setor de restabelecimento.
Fonte: Rede Brasil de Fato