As sucessivas tentativas de abertura de diálogo por parte do Sindieletro-MG, para discutir a questão do fechamento da base operacional do São Gabriel, não surtiram efeito na gestão da Cemig. A inexistência de resposta da empresa nos levou a buscar respaldo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e no Ministério Público do Trabalho (MPT), onde ações estão sendo desenvolvidas e de onde podem surgir diversos desdobramentos.
Mesmo com esses processos em voga, Cledorvino Belini, presidente da empresa, resolveu atropelar o andamento e, numa atitude abusiva e escorregadia, antecipou a transferência dos trabalhadores do São Gabriel para o Anel Rodoviário. Sem esperar os resultados dos debates na ALMG e no MPT. Sem preparar os trabalhadores, sem dialogar com o sindicato.
Portanto, frente à atitude da empresa, vimos a necessidade de realizar um ato para pressionar por, pelo menos, uma mediação com a gestão. Na última semana, após diversas mobilizações dos trabalhadores, conseguimos nos reunir com o assessor da Presidência da Cemig para Relações Institucionais, Marco Antônio Laje, numa intervenção do deputado federal Rogério Correia. Também estava presente o Superintendente de Gestão de Redes de Distribuição da Cemig, Mauro Marinho.
Na reunião, ponderamos sobre a transferência e reivindicamos que não haja nenhuma retaliação ou punição aos trabalhadores. Infelizmente, o que tem vindo até nós não são boas notícias: trabalhadores do Anel afirmam que as gerências devem cumprir 65 mil metas de inspeção e a pressão sobre os trabalhadores é grande. Além disso, práticas antissindicais tem acontecido com frequência: de acordo com nossa fonte, o supervisor da equipe de inspeção do Anel Rodoviário, Marcos Vinícius, se reuniu nesta quinta-feira (12) para informar que os trabalhadores que participaram do ato na segunda terão as horas cortadas.
O supervisor ainda teria ligado para cada trabalhador para saber quem havia participado da atividade, além de ter dito que os trabalhadores que não concordarem com o sindicato devem ficar separados do restante e, quando alguma atividade acontecer, devem se dirigir para a portaria do prédio 20. Ora, para nós está muito claro que se trata de um processo de divisão e isolamento dos trabalhadores. Lembrando que esta atitude afeta, principalmente, os eletricitários novatos aprovados no último concurso.
Ligamos para o supervisor na tarde desta quinta-feira, pouco antes da publicação deste online, para perguntar qual é sua versão sobre os fatos apresentados acima. Ao que Marcos Vinícius respondeu: "Eu não posso falar sobre isso, tenho que ir para uma reunião", e desligou em seguida.
Salientamos que o ato da segunda-feira (9) foi uma iniciativa do Sindieletro-MG e demandamos que se refaça qualquer posição gerencial de represália aos trabalhadores. Nosso debate continua e a questão do fechamento da São Gabriel ainda não acabou! Atitudes de assédio serão tratadas e o sindicato está mobilizado para apurar todas as condutas irregulares contra os trabalhadores!
Vamos continuar mobilizados e denunciando ao seu sindicato qualquer tipo de assédio ou ameaça! No próximo Chave Geral, edição 904, traremos uma reportagem falando sobre o caos instalado no Anel Rodoviário após a atitude inflexível da Cemig.