A temática do assédio moral e sexual voltou às manchetes recentemente, após a denúncia da figurinista SuTonani. A funcionária da TV Globo contou, na coluna #AgoraÉQueSãoElas, da Folha de São Paulo, que foi assediada e abusada sexualmente pelo ator José Mayer. Em seu relato, eladiz que Mayer direcionava palavras imorais a ela há oito meses, até chegar ao ponto de tocar em sua genitália e gritar ofensas em público.
O ator publicou um pedido de desculpas e foi afastado da TV Globo por tempo indeterminado, mas as marcas do abuso e do constrangimento ficarão para sempre na vítima.
É assunto antigo, mas o assédio no trabalho continua muito atual. Segundo informações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 52% das mulheres economicamente ativas de todo o mundo sofrem ou sofreram assédio.
Outro levantamento, realizado pelo portal Trabalhando.com, com 478 pessoas - homens e mulheres -, apontou que 40% dos entrevistados já sofreram ou sofrem algum tipo de assédio no ambiente de trabalho. Quando chega ao sexual, são 8% de homens e 32% de mulheres. O assédio no ambiente de trabalho, assim como em qualquer outro local, é inadmissível.
Fique atento aos comportamentos que podem ser considerados assédio moral: uma conduta agressiva e humilhante por parte do seu superior, pedidos absurdos seguidos de ameaças de demissão e atitudes repetidas, que tencionem constranger e subjugar o funcionário. Já no caso do assédio sexual, uma única investida já basta para que seja configurado como tal. Se alguém usarda posição de chefia para conseguir vantagem sexual, independentemente de seu linguajar ou rebusco na abordagem, é assédio.
Não se cale
Segundo pesquisa encomendada por um site especializado em vagas de emprego, em 2015, 87,5% dos entrevistados que já sofreram abuso sexual não denunciaram o fato. O motivo? 39,4% tinham medo de perder o emprego. No entanto, é preciso ter coragem e não silenciar. Procure o seu sindicato, a direção da empresa e acione o seu advogado.
O Sindieletro sempre está à disposição para receber denúncias e oferecer todo o apoio necessário às vítimas de assédios.
É importante também registrar a ocorrência na Superintendência Regional do Trabalho e do Emprego (telefone 3270-6100 em Belo Horizonte) e na Delegacia Especializada da Mulher mais próxima.