Nada para os acionistas, mais para população!



Nada para os acionistas, mais para população!

DEC da Cemig-D acusa piora no atendimento para quase 4 milhões de consumidores

A precarização na Cemig reflete nos funcionários, no patrimônio dos mineiros e na própria empresa. No entanto, uns dos maiores prejudicados são os consumidores.

Com a falta de pessoal e investimentos, a terceirização ilimitada, a perda da gestão sobre os processos de trabalho na empresa e a inexistência de concurso público a qualidade dos serviços oferecidos caiu e, consequentemente, a população está pagando o pato. E os eletricitários não podem arcar com os prejuízos de uma conta que não é nossa, mas fruto de uma gestão equivocada. Para ser ter uma ideia, entre 2011 e 2014, a Cemig lucrou R$ 12 bilhões, mas todo esse dinheiro foi distribuído para os acionistas.

Insistimos nas cobranças por investimentos, por serviço de qualidade, e claro, na segurança dos trabalhadores. Pois, daqui a pouco, os golpistas e abutres que defendem as privatizações vão querer vender a nossa distribuidora, cortar direitos e postos de trabalho. O que defendemos são empregos e a prestação de serviços de boa qualidade.

É um cenário preocupante os Indicadores de Continuidade por Conjunto – que medem a duração de interrupção de energia por unidade consumidora – da Cemig-D mostram.

No levantamento de 2016, dos 271 conjuntos analisados, 48% extrapolaram a meta estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No conjunto Buritis 2, por exemplo, a Cemig registrou o pior número. O DEC apurado em 2016 para a região foi de 65,72 horas sem energia, apesar do limite estabelecido pela Aneel ser de 23 horas: uma diferença de quase 43 horas a mais no escuro.

No geral, 3.662.987 consumidores ficaram sem energia elétrica para além do limite estipulado. Destes, 376.866 consumidores ( 5% do total) ficaram sem energia elétrica por mais de 10 horas acima do limite estabelecido pela Aneel. Em relação aos números dos indicadores da Cemig-D em 2014, os conjuntos fora da meta aumentaram em 47%.

Apesar do DEC Interno Mensal estar dentro dos limites neste primeiro semestre de 2017, os serviços continuam deficitários e o consumidor não está nada satisfeito. Vale lembrar também que, em 2016, a Cemig esteve perto de não cumprir a meta da Aneel, que determinou a obrigatoriedade da distribuidora em não descumprir o indicador por dois anos consecutivos, sob pena de perda da concessão.

No último ano, o DEC máximo era de 11,62 e a Cemig alcançou 11,52. Em 2016 foi difícil e passamos com aperto. Agora, a meta para 2017 é de 11,32 e a situação não está favorável em face do Programa de Desligamento Voluntário Programado (PDVP) e do aumento da terceirização.

Gestão da Cemig é a causadora do problema

A sobrecarga de trabalho à qual os trabalhadores são expostos, além dos riscos para a saúde e à segurança, são tópicos que o Sindicato sempre abordou. No entanto, os governos anteriores ignoraram nossos alertas e o governo de Fernando Pimentel está seguindo a mesma linha.
Durante sua campanha eleitoral, em 2014, o governador selou o compromisso de realizar concurso público para contratar 1500 eletricistas e não cumpriu a promessa. A empresa também descumpriu a cláusula da primarização no ACT 2015/2016, que pautava a contratação de 400 trabalhadores, entre técnicos e eletricistas.

Enquanto isso, desde o final de março, a Cemig implementou um agressivo PDVP. O plano não garante que abrirá espaço para a contratação de novos empregados, tampouco promoverá a seleção externa para eletricistas de linhas aéreas. Pelo contrário: o Programa de Desligamento ocorre sem que vislumbre da realização de concurso público para repor o já desfalcado quadro de empregados.

Segundo números da própria empresa, divulgados em balanços de resultados anualmente, em 2014, a Cemig Holding, Cemig D e GT empregavam 7920 eletricitários, sendo que 6073 eram da Distribuição. Porém, entre 2015 e setembro de 2016, foram fechados 839 postos de trabalho, 691 na Cemig-D – uma redução de 11% na quantidade de trabalhadores. Ao final deste ano, com o PDVP, a queda deve ser maior ainda. No total, 1200 eletricitários devem sair da Cemig.

Não há outro caminho para melhorar o DEC que não passe pela primarização das atividades, aumentar os investimentos na rede e a valorização do quadro próprio. Resta aos governantes e à diretoria da empresa se conscientizarem do que deve ser feito e auxiliarem na luta em defesa da concessão da Cemig Distribuição.

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