A Reforma Trabalhista e a destruição do Ministério do Trabalho pelo Governo Bolsonaro aguçam, a cada dia, a ganância e a perversidade de empresários que, para aumentar suas riquezas, não se importam em ultrapassar os limites da covardia.
São oportunistas, aproveitam do momento de fragilidade dos trabalhadores, devido ao grande número de desempregados no país (13,8% da população está desempregada, segundo o apurado pelo IBGE em julho, perfazendo 13,1 milhões de trabalhadores sem emprego, realizando bicos para sobreviver).
Esses empresários oportunistas sabem que aqueles que ainda têm um emprego para sustentar suas famílias são obrigados a submeter às mais humilhantes situações de exploração e condições de trabalho, temendo a realidade de desemprego e da penúria no grande mar dos desassistidos cidadãos e cidadãs dos dias atuais.
O Sindieletro tem recebido constantemente denúncias de empreiteiras a serviço da Cemig que cometem abusos, assédio moral, exploração por meio de jornadas exaustivas de trabalho, acima do legal permitido, excesso de horas extras sem o consequente pagamento, entre várias outras atrocidades.
Horror na região Mantiqueira
A vez agora é da JM Construções Elétricas, com sede na cidade de São João Del Rei, informa a Regional Mantiqueira do Sindieletro. Essa empreiteira presta serviços para a Cemig em municípios da região, entre eles, Barbacena e cidades circunvizinhas.
Segundo o coordenador da Regional Mantiqueira, Edvaldo Pereira da Silva, como se não bastassem os baixos salários e as pressões por produtividade sob condições extremamente desfavoráveis, trabalhadores estão sendo obrigados a fazer horas extras, diariamente, sem o devido pagamento.
Segundo ele apurou, a prática da empresa é colocar as horas em um tal banco de horas (em um formato que não é mais que o “fruto” podre da Reforma Trabalhista, sem negociação, imposto). O espantoso é que os trabalhadores sequer têm acesso ao citado banco, o que os deixam sem saber o número de horas individuais trabalhadas que eles possuem e quando poderão compensar. “E mais desmandos da JM têm sempre chegado aos nossos ouvidos, como descontos injustificados nos salários dos trabalhadores, pressões, assédios...”, apontou.
O Sindiletro entrou em contato com a empreiteira e foram negadas as irregularidades. A JM informou que o banco de horas é legal e segue a CLT e a Convenção Trabalhista dos trabalhadores da empresa.
Mas não foi o que apuramos. O direito às horas-extras realizadas não está sendo respeitado em sua totalidade, com prejuízos para os trabalhadores.
Cemig é omissa, mas o Sindieletro, não
Enquanto isso, a Cemig, sob a gestão do governador Zema, um declarado defensor da segregação dos trabalhadores e protetor dos empresários, vive belos dias fomentando riquezas para seus acionistas e de olhos fechados para aqueles que às produzem sob as mais degradantes condições.
O Sindieletro está atento ao pleito dos trabalhadores do setor elétrico e irá promover todas as medidas necessárias junto aos órgãos competentes a fim de responsabilizar os mandatários desses abusos e a omissão da Cemig em fiscalizar e impedir tais ataques à dignidade dos trabalhadores terceirizados.