Mutilação



Mutilação

Enquanto a terceirização segue matando, mutilando e quebrando trabalhadores na Cemig, a diretoria da empresa continua omissa, e essa omissão vai gerar ainda mais acidentes por culpa da negligencia dos gestores do governo Anastasia.

Uma semana depois de sofrer um grave acidente de trabalho em Araguari, o eletricista Edmilson Andrade, de 40 anos, teve que amputar o antebraço esquerdo. O Sindieletro manifesta todo o apoio e solidariedade a Edmílson e a seus familiares e cobra da Cemig uma revisão responsável da forma como lida com a vida de seus trabalhadores.
Para o Sindicato, o acidente não é uma fatalidade, mas consequência de uma política de gestão que, apesar dos permanentes acidentes, denúncias e da condenação da empresa em ações trabalhistas, a diretoria da Cemig insiste na terceirização, que deixa um rastro de mutilações e mortes de trabalhadores.

Risco de acidentes

O eletricista de Patrocínio, José Henrique Vilela, que milita para que a saúde, segurança e bem estar sejam realidade para os trabalhadores, tem acompanhado e investigado junto aos eletricitários os recentes acidentes, com Edmilson e Lúcio Nery.
Para ele, o modelo empresarial praticado no setor elétrico conduz os eletricitários das empreiteiras à mutilação e à morte. José Henrique teme que a situação piore. “Os trabalhadores experientes estão saindo das empreiteiras por não suportarem a excessiva carga de trabalho, a falta de segurança e os baixos salários. Os eletricitários que ficam, além de inexperientes e sem treinamento adequado, estão desassistidos de supervisão”, denuncia. Apesar da falta de treinamento e acompanhamento, eletricitários são submetidos à barbárie da produtividade, com metas preestabelecidas, em uma área onde a pressa e o desconhecimento podem ser mortais.

José Henrique alerta que a falta de mão de obra adoece, fragiliza o eletricitário e instala a violência no trabalho e a situação fica mais dramática se for levado em conta a redução do quadro próprio da Cemig, que impede que seus gestores sejam proativos e propositivos. “Se os gestores exigirem das empreiteiras o cumprimento das normas e da política de segurança, terão que descredenciá-las e, por não terem quadro próprio para atingir os resultados, limitam-se a ações reativas que pouco ou nenhum efeito produzem”, denuncia. “Se não houver disposição de todos nós para corrigirmos esses equívocos, teremos mais dor, tristeza e morte entre nós”, alerta José Henrique.

O Sindieletro cobra que a Cemig retome seu papel, de empresa pública. Que a Companhia corrija os desvios cometidos por seus gestores que se omitem diante das más condições de trabalho nas empreiteiras que descumprem normas contratuais de saúde e segurança.

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