As inscrições podem ser feitas individualmente ou coletivamente pela página: wsf2021.net. No site também é possível acompanhar a programação completa e conferir a relação completa de painelistas, além de cadastrar propostas e iniciativas para serem discutidas.
Como será o mundo no período pós-covid-19? Esse é o principal questionamento da edição 2021 do Fórum Social Mundial, que começa no sábado (23) e já traz uma conclusão prévia sobre a pandemia: o mundo não pode abrir mão da soberania dos Estados no plano econômico. Sem esse poder, por exemplo, não haveria vacina, vacinação e proteção social.
Completando duas décadas neste ano, o Fórum Social Mundial será realizado pela primeira vez online, seguindo o protocolo de realização de eventos durante a pandemia. Criado no Brasil em 2001, o fórum é responsável por promover políticas públicas em diversos países, como mostra a reportagem é de Jô Miyagui no Seu Jornal, da TVT.
“A pandemia revalorizou o papel das gestões públicas, o papel do Estado, o papel do bem comum. São papéis sempre combatidos pelas políticas neoliberais, por aqueles que querem privatizar tudo. Como se o mercado, que visa ao lucro, pudesse dar solução a problemas que são do bem comum. A maior lição política que a pandemia ensinou o mundo é que é necessário fortalecer o bem comum, fortalecer os sistemas de saúde pública, é necessário ter solidariedade internacional”, afirma o jornalista Carlos Tibúrcio, co-fundador do Fórum Social Mundial.
Além do período pós-covid-19, a programação do Fórum deste ano vai discutir ainda temas como justiça social, meio ambiente e democracia. As mulheres terão uma mesa específica para debater o impacto da pandemia no mundo feminino. “A pandemia impactou a vida das mulheres de várias formas”, afirma a coordenadora da União Brasileira de Mulheres, Liege Rocha. “Sem falar somente nessa questão da violência, que você percebeu aqui que no Brasil aumentou o caso de feminicídio, foi uma coisa assim absurda. Isso também impacta. Quer dizer, se nós já tínhamos a dupla jornada de trabalho, você imagina agora as mães, além da jornada do trabalho doméstico, do trabalho em home office, ainda tem que ser professor em casa, com seus filhos”.
Mobilização nos países
Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), antes da pandemia o mundo já não vivia na normalidade. E se a sociedade não se reorganizar para o período pós-covid-19, o futuro será ainda pior. “Esse debate sobre como nós vamos chegar à pós-covid precisa de que haja mobilização nos países, para que os governos apontem soluções para que essa população que já estava sendo desassistida possa respirar”, afirma Rogério Pantoja, membro da Executiva Nacional da CUT. “Nós vamos ter um aumento da desigualdade. Os números estão aí. O fechamento dos postos de trabalho, a indústria 4.0, e as novas tecnologias, infelizmente apontam para o número maior de trabalhadores desempregados.
“E saber o seguinte: que emprego nós vamos ter? Qual renda nós vamos ter daqui para frente? Esse é o desafio que toda a sociedade vai enfrentar.